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Explosão em manifestação deixa mais de 30 feridos na Tailândia

A manifestação de opositores exige há mais de dois meses a renúncia da primeira-ministra

Agência France-Presse
postado em 17/01/2014 12:19
Manifestantes anti-governo ajudam colegaferido em um ataque com granada durante um comício em Banguecoque

Bangcoc -
Mais de trinta pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira (17/1), em Bangcoc, em uma explosão registrada durante uma manifestação de opositores, que há semanas exigem a renúncia do governo, último episódio violento de uma crise política que já fez oito mortos.

A explosão ocorreu às 13h (4h no horário de Brasília) à margem de uma manifestação em que participava Suthep Thaugsuban, o líder deste movimento que exige há mais de dois meses a renúncia da primeira-ministra Yingluck Shinawatra e a substituição do governo por um "conselho do povo" não eleito. "A bomba explodiu a cerca de 30 metros de Suthep e de seus guarda-costas que o escoltaram de volta ao parque Lumpini", um dos locais ocupados há alguns dias pelos opositores, declarou à AFP o porta-voz do movimentoAkanat Promphan.



[SAIBAMAIS]O canal de tv opositor Bluesky, que difundiu ao vivo imagens de pessoas ensanguentadas caídas ao chão, afirmou que um dispositivo explosivo foi jogado contra os manifestantes. Segundo o serviço de emergência Erawan, 31 pessoas ficaram feridas, uma delas em gravemente. A polícia indicou ter enviado investigadores para determinar a natureza do explosivo. Desde o começo da crise política na Tailândia, que cobrou oito mortos em dois meses e meio, houve uma série de ataques de desconhecidos contra os opositores ao governo. No entanto, estes haviam acontecido até então à noite, nos acampamentos instalados pelos opositores.

Os manifestantes exigem a renúncia da chefe de Governo e a instauração de um conselho popular não eleito para reduzir a influência política da família Shinawatra e, em particular, de Thaksin, irmão mais velho da atual primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra e primeiro-ministro entre 2001 e 2006.

Manifestantes acusam as autoridades

Partidários e opositores do regime se acusam mutuamente pela responsabilidade dos incidentes. "Acreditamos e podemos dizer que o ataque desta sexta-feira for realizado por aqueles que servem ao governo, eles são bandidos", denunciou Akanat. "Yingluck deve assumir a responsabilidade", insistiu outro líder dos manifestantes, Satit Wonghnongtaey. "O governo, Yingluck e os bandidos das ;camisas vermelhas; semeiam a violência".

Mais o porta-voz do movimento pró-Thaksin, os chamados "camisas vermelhas", negam qualquer envolvimento no incidente. Enquanto a oposição é acusada por alguns de buscar o confronto para justificar um novo golpe de Estado, o vice-primeiro-ministro tailandês Surapong Tovichakchaikul disse estar convencido de que os manifestantes tentam incitar a violência.

"Um movimento foi posto em prática para criar uma situação de ataques a bomba contra as casas de líderes e dos manifestantes", declarou à imprensa logo após a explosão. Esta semana, uma granada foi lançada, sem fazer vítimas, contra uma casa pertencente ao ex-primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva, líder do principal partido da oposição, o Partido Democrata, que apoia o movimento de oposição e a saída do atual governo.

Centenas de milhares de manifestantes lançaram na segunda-feira uma operação de "paralisia" de Bangcoc, ocupando vários cruzamentos estratégicos na capital. A mobilização parece ter perdido força desde que o governo ordenou a polícia prender Suthep, alvo de um mandado de prisão por organizar uma insurreição emitido no início de dezembro.

Para tentar resolver a crise, Yingluck convocou eleições legislativas antecipadas para o dia 2 de fevereiro, mas os manifestantes não querem a realização dessas eleições, susceptíveis de serem vencidas pelo partido no poder, e o Partido Democrata já anunciou o seu boicote. Enquanto a justiça depôs em 2008 dois primeiros-ministros pró-Thaksin, Yingluck também precisa enfrentar ameaças legais que poderiam acabar com o seu governo.

A Comissão Nacional de Combate à Corrupção lançou na quinta-feira uma investigação contra ela para examinar uma possível negligência relacionada a um polêmico programa de ajuda aos produtores de arroz.

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