Agência France-Presse
postado em 17/01/2014 12:51
Nova Délhi - A presidente do partido atualmente no poder na Índia, o Partido do Congresso, Sonia Gandhi, impôs sua autoridade nesta sexta-feira (17/1) ao se opor à candidatura de seu filho Rahul ao cargo de primeiro-ministro nas eleições gerais de maio. A imprensa acredita que a família Gandhi escolheu não expor demasiadamente Rahul, para não prejudicar seu futuro político no caso de uma provável derrota.Segundo pesquisas, o Partido do Congresso, de centro-esquerda, tem poucas chances de ganhar as eleições contra o partido de oposição Partido Bharatiya Janata (BJP). O partido carrega um claro desgaste depois de 10 anos no poder, além da desaceleração da economia e de múltiplos casos de corrupção que prejudicaram sua imagem.
[SAIBAMAIS]O primeiro-ministro, Manmohan Singh, anunciou que vai se aposentar da política e indicou o herdeiro da dinastia Gandhi, Rahul, a sucedê-lo, em caso de vitória do Partido do Congresso. Já o partido nacionalista hindu Bharatiya Janata já nomeou desde setembro seu líder, o controverso Narendra Modi, como candidato.
Modi sofreu críticas por seu polêmico papel nos protestos religiosos de 2002, quando mais de 2000 pessoas, principalmente muçulmanos, morreram no estado de Gujarat, governado por ele, logo depois que ele chegou ao poder. Sonia Gandhi atacou o BJP durante seu discurso, apontando o partido implicitamente como um possível fator de divisão. "A eleição será uma batalha para preservar nossa antiga tradição laica", disse ela. A Índia é um tecido "cuja beleza só pode ser apreciada em seu conjunto", acrescentou.
A oposição, por outro lado, acusou o Partido do Congresso de falta de coragem por não lançar Rahul Gandhi contra Modi, um homem que começou a carreira sendo vendedor de chá e hoje é governador de Gujarat, um dos territórios mais dinâmicos do país. Rahul, de 43 anos, é bisneto do ex-primeiro-ministro Jawaharlal Nehru e neto da também ex-primeira-ministra Indira Gandhi, e é a esperança do partido desde o assassinato de seu pai, Rajiv, em 1991.
Durante muito tempo este solteiro convicto deu a entender que não ia seguir a tradição política de sua ilustre família, até que em janeiro de 2013 se filiou ao Partido do Congresso.