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Obama diz que nações amigas podem confiar na vigilância norte-americano

Presidente norte-americano também ressaltou mais de uma vez que não monitora e-mails ou ligações de cidadãos comuns

Agência France-Presse
postado em 17/01/2014 18:57
Em seu anúncio de nesta sexta-feira (17/1) sobre as alterações nos serviços de espionagem dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama fez várias referências às nações amigas, reiterando que elas podem confiar no trabalho de vigilância norte-americano.

Por vários momentos em seu discurso, Obama reforçou a confiança e aproximação do seu país com aliados. Ele chegou a dizer que, caso queira saber o que os aliados pensam sobre um assunto, ;pegará o telefone e ligará para eles;. O presidente norte-americano também ressaltou mais de uma vez que não monitora e-mails ou ligações de cidadãos comuns.

[SAIBAMAIS]No entanto, mesmo enfatizando estreitas relações de confiança com líderes aliados, Obama fez questão de não se desculpar por fazer ;o que serviços de inteligência de qualquer outra nação faz;. ;Nós não vamos nos desculpar simplesmente porque nossos serviços podem ser mais eficazes. Mas chefes de estado e governo com quem trabalhamos, e de cuja cooperação dependemos, podem se sentir confiantes de que estamos tratando-os como verdadeiros parceiros;.

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Obama esclareceu ainda que a coleta de metadados ; informações sobre ligações telefônicas ; não alcançavam a identidade de quem fazia a ligação ou mesmo seu conteúdo. Segundo ele, as informações coletadas eram sobre o registro dos números de telefone, hora e duração da chamada, o que, segundo ele, poderia ser consultado caso houvesse suspeitas de que determinado número estivesse ligado à organizações terroristas.

O discurso de Obama foi uma resposta às críticas recebidas após revelações de espionagem maciça fornecidas pelo ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA ; sigla em inglês), Edward Snowden, aos jornais Washington Post (EUA) e The Guardian (Grã-Bretanha). As denúncias provocaram um conflito diplomático ao tornar público que os serviços secretos norte-americanos espionaram as comunicações na Europa e na América, incluindo as de líderes políticos como a chanceler alemã Angela Merkel e a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.

As repercussões do caso geraram, inclusive, um documento da Organização das Nações Unidas (ONU) se manifestando contra a espionagem digital. Segundo o documento, que trata de ações ;extraterritoriais de Estados em matéria de coleta de dados, monitoramento e interceptação de comunicações;, as pessoas devem ter garantidos, no ambiente digital, os mesmos direitos que têm fora dele. Richard Leon, um juiz federal norte-americano, também se manifestou a respeito, considerando que o programa de espionagem da NSA poderia ser considerado inconstitucional.

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