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Atentado suicida em Cabul deixa pelo menos 21 mortos, sendo 13 estrangeiros

Entre as vítimas estão dois britânicos, dois canadenses, dois americanos e um alto representante do Fundo Monetário Internacional (FMI)

Agência France-Presse
postado em 18/01/2014 09:39

Entre as vítimas estão dois britânicos, dois canadenses, dois americanos e um alto representante do Fundo Monetário Internacional (FMI)

Cabul - Vinte e uma pessoas morreram, incluindo 13 estrangeiros, nesta sexta-feira à noite em um atentado praticado pelo grupo Talibã contra um restaurante em Cabul, frequentado pela comunidade de expatriados.

Clientes desesperados tentaram se esconder debaixo das mesas depois de terem ouvido a explosão provocada por um suicida na entrada do restaurante "A Taverna do Líbano". Logo depois outros dois homens invadiram o estabelecimento atirando.

Entre as vítimas estão dois britânicos, dois canadenses, dois americanos e um alto representante do Fundo Monetário Internacional (FMI). Também morreu o dono do restaurante, de nacionalidade libanesa, que teria sido atingido ao tentar abrir fogo contra os terroristas.

[SAIBAMAIS]Um integrante dinamarquês da missão policial europeia no Afeganistão também perdeu a vida no atentado, assim como quatro funcionários da missão da ONU no Afeganistão (Unama), um deles russo. "Estávamos na cozinha quando, de repente, ouvimos uma grande explosão", disse à AFP Atiqullah, ajudante de cozinha da taverna.

"Saímos pela porta dos fundos para o segundo andar. Nosso patrão desceu para ver o que estava acontecendo. Ouvimos alguns disparos e, depois, soubemos que tinha sido morto", acrescentou.

"Depois, a Polícia nos levou de volta ao restaurante para identificarmos à vítimas. Identificamos três guardas que foram assassinados", relatou o jovem de 27 anos. "Havia sangue por todos os lados, nas mesas, nas cadeiras. Acho que os agressores atiraram nas pessoas a queima-roupa", disse.

Um restaurante popular entre afegãos e estrangeiros


A "Taverna do Líbano" é um restaurante muito apreciado pelos diplomatas, por trabalhadores humanitários e por outros expatriados que vivem na capital afegã. Ele ficava cheio às sextas-feiras, dia de descanso semanal no Afeganistão.

Assim como em muitos restaurantes da capital afegã, esse é protegido por um forte esquema de segurança. Os fregueses são revistados por dois guardas armados e devem passar por duas portas de aço antes de chegar à entrada.

Na manhã deste sábado, o letreiro do restaurante seguia intacto, afixado sobre os restos do que era a porta de entrada. Era possível ver nas imediações vários carros atingidos pela explosão.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou, citado por um porta-voz, que "estes ataques contra civis são totalmente inaceitáveis e são uma violação flagrante do direito humanitário internacional". O atentado foi reivindicado pelo porta-voz dos talibãs, Zabiullah Mujahid, em um e-mail enviado à AFP.

O porta-voz afirmou que o objetivo do ataque foi "vingar" a morte de civis afegãos nos confrontos ocorridos na quarta-feira na província de Parwan, ao norte de Cabul, entre os talibãs e as forças afegãs e da Otan.

"As forças invasoras lançaram um ataque brutal contra civis (...) e martirizaram e feriram 30. Este foi um ataque para vingá-los e fizemos da maneira correta, e vamos continuar fazendo", acrescentou Mujahid.

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Após a explosão, comandos de elite bloquearam as ruas próximas ao restaurante e foram ouvidos disparos esporádicos. Os três agressores morreram no ataque. "Estava sentado com alguns amigos na cozinha, quando aconteceu a explosão", declarou à AFP Abdul Majid, um dos cozinheiros da taverna.

"Entrou muita fumaça na cozinha e, no início, achei que fosse um acidente, mas, em seguida, um homem entrou gritando ;Allahu akbar!' (Deus é grande), e começou a atirar", acrescentou.

"Um dos meus colegas foi atingido e caiu (depois morreria). Eu corri para a parte de cima do restaurante e pulei para a casa vizinha", contou. Com fraturas nas duas pernas, Majid foi hospitalizado.

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