Agência France-Presse
postado em 20/01/2014 15:36
Gaza - As restrições israelenses à circulação dos palestinos entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza separa milhares de famílias e agrava a divisão entre os dois territórios, concluem duas ONGs israelenses em um relatório divulgado nesta segunda-feira (20/1).De acordo com estimativas israelenses, mais de 20 mil palestinos que vivem na Cisjordânia ocupada estão registrados como residentes de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007, revela o informe conjunto das organizações B;Tselem e Hamoked.
"A política de Israel de isolamento da Faixa de Gaza viola o direito a uma vida familiar para milhares de palestinos que vivem em famílias rompidas, divididas entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, ou entre a Faixa de Gaza e Israel", destacaram.
"Atualmente, os palestinos podem ir da Cisjordânia para Gaza (sob a condição de se comprometerem a ficar), mas os pedidos para passar de Gaza para a Cisjordânia são, geralmente, rejeitados", explicaram.
Para apresentar a Israel um pedido de mudança permanente de domicílio de Gaza para Cisjordânia, os moradores do território palestino devem ter uma doença crônica, ou estar na velhice, sem ter familiares próximos em Gaza que possam se ocupar deles, ou ser menores de 16 e ter perdido um de seus progenitores, completa o informe.
Os acordos de Oslo de 1993 "consideram que a Cisjordânia e a Faixa de Gaza formam uma única unidade territorial", lembraram as duas ONGs, acrescentando que desde 2007 a política oficial israelense mudou e, hoje, trata os dois territórios como "duas zonas separadas e diferentes".
[SAIBAMAIS]Em uma resposta anexada ao informe, o Ministério israelense da Justiça lembra que a política de Estado de Israel é que os residentes da Faixa de Gaza não devem ser autorizados a entrar em Israel, nem mesmo para se dirigir à Cisjordânia, salvo por motivos humanitários".
Levando-se em consideração a hostilidade declarada do Hamas a Israel, "autorizar a passagem entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia representaria um risco de segurança importante", justifica o Ministério, na carta datada de 5 de dezembro.