O chefe da ONU, Ban Ki-moon, está "profundamente desapontado" com as declarações do Irã, rejeitando um comunicado adotado pelas potências internacionais pelo fim da guerra síria, afirmou o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.
"Por ter optado por ficar de fora desse acordo básico, ele decidiu que o encontro de um dia em Montreux vai ser realizado sem a participação do Irã", disse Nesirky em uma entrevista coletiva à imprensa. No domingo, o chefe da ONU convidou o Irã para participar da conferência de paz, conhecida como Genebra II, que vai ser realizada na cidade suíça de Montreux, provocando a rejeição da oposição síria e do governo dos Estados Unidos.
[SAIBAMAIS]A oposição síria, que ameaçou não ir a Montreux se o Irã estivesse presente, saudou a decisão da ONU e confirmou sua participação logo depois do anúncio das Nações Unidas. "A Coalizão da oposição síria saúda a decisão do secretário-geral das Nações Unidas de retirar o convite feito ao Irã, levando-se em conta que esse país não cumpriu as condições exigidas para essa conferência (...) e confirma sua participação em Genebra II, que tem por objetivo uma transição política na Síria", informa a Coalizão, na nota divulgada nesta segunda à noite.
Pouco antes da declaração da ONU, o representante do Irã na organização, Mohammad Khazaee, havia reafirmado a rejeição do seu governo ao comunicado adotado em Genebra, em junho de 2012.
"O Irã sempre apoiou a obtenção de uma solução política para esta crise", indicou Khazaee em um comunicado.
"No entanto, a República Islâmica do Irã não aceita precondições para a sua participação na conferência de Genebra II". "Se a participação do Irã estiver condicionada à aceitação de Genebra I, o Irã não vai participar de Genebra II", completou Khazaee. O Conselho Nacional Sírio (CNS), um dos principais membros da oposição síria, anunciou nesta segunda que deixa a Coalizão em protesto contra a decisão de participar de Genebra II, onde deverá negociar com Damasco uma saída para o conflito.
Ao decidir participar do evento, alega o CNS, a Coalizão Nacional renuncia a seus "compromissos" com a revolta síria. O CNS continua a se recusar a negociar, enquanto não houver garantias da saída do presidente Bashar al-Assad.