Agência France-Presse
postado em 21/01/2014 17:09
Além de usar suas embarcações para assediar navios baleeiros japoneses no oceano Antártico, a organização ambientalista Sea Shepherd também se mostra preocupada com os golfinhos massacrados anualmente em um pequeno porto do oeste do Japão.A organização de Paul Watson recebeu este ano o apoio inesperado da embaixadora americana em Tóquio, Caroline Kennedy, e da viúva de John Lennon, Yoko Ono. Kennedy denunciou pelo microblog Twitter esta pesca de golfinhos na baía de Taiji.
"Profundamente preocupada pela desumanidade da pesca de golfinhos por ;drive hunt; (técnica de pesca que consiste em conduzir os animais com barcos até a costa). O governo americano é contrário à pesca por ;drive hunt;", escreveu no fim de semana passado.
A baía de Taiji se tornou mundialmente conhecida após o documentário "A Enseada" (The Cove), que denuncia a captura anual de dezenas de golfinhos, enviados a parques aquáticos, e o massacre de outras centenas de animais para o consumo de sua carne.
Na segunda-feira, Yoko Ono publicou uma carta aberta dirigida aos pescadores de Taiji e ao premier japonês, Shinzo Abe, explicando que o que fazem dá oportunidade para falar mal do Japão no exterior.
"Pensem no futuro do Japão, que está cercado de muitos países poderosos que só pensam em nos enfraquecer", escreveu em sua página na web.
Em sua defesa, os pescadores de Taiji afirmam matar os golfinhos com menos crueldade do que antes, limitando-se a seccionar a medula espinhal.
Mas os ativistas da Sea Shepherd garantem que a carnificina continua. Em sua conta no Twitter evocam a "água da baía vermelha com o sangue dos golfinhos massacrados", embora em vídeos difundidos pela organização não apareça sangue de forma evidente.
As autoridades também se pronunciaram a respeito. "Todos os dias porcos e vacas são mortos para serem comidos. Só é cruel no caso dos golfinhos?", questionou o governador da prefeitura de Wakayama, onde fica Taiji, Yoshinobu Nisaka.
O porta-voz do governo japonês disse, por sua vez, que as autoridades japonesas vão explicar sua posição em Washington.