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ONU defende exclusão do Irã de negociações pela paz na Síria

Estados Unidos, Reino Unido e França, que querem a saída de Assad, tinham condicionado a presença do Irã na Suíça ao apoio a uma transição democrática

Agência France-Presse
postado em 21/01/2014 19:24
A ONU defendeu com firmeza nesta terça-feira (21/1) a exclusão do Irã das negociações pela paz na Síria, depois de ter recebido críticas da Rússia e do governo de Teerã.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, acusou nesta terça o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de ter retirado o convite "sob pressão" e de esconder as verdadeiras razões que o fizeram voltar atrás.

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, considerou um "erro" a decisão da ONU de desistir de convidar o Irã para a conferência Genebra II, que começa na quarta-feira em Montreux (Suíça).

Ban manteve longas conversas com Zarif para negociar um apoio público de Teerã ao comunicado emitido pela conferência de paz de 30 de junho de 2012, na qual as potências internacionais pedem a criação de um governo transitório na Síria como passo para acabar com a guerra civil nesse país.

Nessas conversações "houve um acordo verbal que levou o secretário-geral a pensar que ele mesmo derivaria em uma declaração escrita", disse o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq.

Mas Teerã se negou na segunda a aceitar condições para participar da conferência de paz, causando a decisão do chefe da ONU de retirar o convite.



"O comunicado de Genebra é a base destes debates (em Genebra II) e não teria sentido realmente convidar para participar alguém que não entende qual é a base das discussões", disse Haq.

O Irã, principal aliado regional do regime sírio, sempre rejeitou o "comunicado de Genebra", que pede a formação de um governo de transição com "plenos poderes executivos" e leva a crer que o presidente Bashar al-Assad perderá boa parte de suas prerrogativas.

Haq reconheceu que vários países que participam da conferência "têm posições radicalmente diferentes" sobre o futuro da Síria e do regime de Assad. "Mas tentamos garantir que pelo menos estejam dispostos as negociar de boa fé".

Estados Unidos, Reino Unido e França, que querem a saída de Assad, tinham condicionado a presença do Irã na Suíça ao apoio a uma transição democrática.

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