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Às véspera de Genebra II, relatório aponta abusos na guerra civil síria

Representantes do regime sírio, opositores e 26 países se reúnem em Montreux a fim de debater uma saída para a guerra civil. Na véspera do encontro, a Human Rights Watch cobra pressão da comunidade internacional

postado em 22/01/2014 06:02

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Na véspera da abertura da segunda conferência de paz para o conflito sírio, conhecida como Genebra II, em Montreux (Suíça), um novo relatório, emitido pela organização Human Rights Watch (HRW), aponta abusos cometidos por ambos os lados envolvidos na guerra civil e acusa a comunidade internacional de não se empenhar o suficiente para o fim da crise no país. O parecer da entidade foi divulgado um dia depois de um trio de ex-promotores de guerra acusarem o regime do ditador Bashar Al-Assad de torturar e assassinar ;sistematicamente; 11 mil prisioneiros (veja quadro), compondo o tenso cenário em que as negociações de paz vão ocorrer.



O parecer faz parte do Relatório mundial de direitos humanos 2014, assinado por Kenneth Roth, diretor executivo da HRW. No documento, Roth acusa os governos da Rússia e da China de protegerem o regime sírio de uma ação internacional efetiva por meio do Conselho de Segurança das Nações Unidas e afirma que os Estados Unidos relutaram a exigir justiça ao Tribunal Penal Internacional (TPI). ;É preciso haver uma pressão política sobre o governo e os grupos rebeldes para acabar com a estratégia do uso indiscriminado da força;, pondera. A organização defende a adoção de um embargo de armas e o encaminhamento do caso sírio ao TPI. O relatório da HRW também aborda a espionagem (leia na página 15), o uso de aviões espiões, os países com falsa democracia, a China e os avanços nos direitos humanos.

Enquanto os 26 países ; incluindo o Brasil ; convocados para a conferência Genebra II se preparavam na busca por uma solução ao conflito, que já dura três anos, a entidade clamou para que o encontro se atenha à proteção de civis. ;As negociações de paz de Genebra II, com perspectivas incertas de sucesso, não devem se tornar a mais nova justificativa para evitar ações para proteger civis. Isso requer uma pressão real para acabar com as mortes e permitir a entrega de ajuda humanitária;, afirmou Roth.

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