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Israel ameaça o Hamas de retaliação caso os disparos prossigam

Na madrugada desta quarta-feira (22/1), um ataque israelense no norte da Faixa de Gaza matou dois palestinos, incluindo um membro de um grupo armado, Ahmad Zaanine, e um parente, Mahmoud Zaanine

Agência France-Presse
postado em 22/01/2014 11:18
Gaza - Dois palestinos, um deles membro de um grupo armado, foram mortos nesta quarta-feira (22/1) em Gaza durante um ataque lançado por Israel, que ameaçou o Hamas caso os disparos de foguetes continuem.

O ministro israelense da Defesa, Moshe Yaalon, advertiu o movimento do Hamas, no poder em Gaza, dizendo que Israel continuará a "usar a força" contra os disparos de foguetes por "todos os meios à nossa disposição". "Se (o Hamas) não conseguir impor sua autoridade sobre as organizações terroristas que operam a partir do seu território, vamos continuar a agir para exigir que ele e aqueles envolvidos no terrorismo e nos ataques contra Israel paguem um preço muito alto", alertou.

O vice-ministro da Defesa, Danny Danon, foi mais longe dizendo em um comunicado que "os terroristas em Gaza parecem ter esquecido as lições ensinadas no passado", em referência à operação "Pilar de Defesa" (14-21 de novembro de 2012), durante a qual mais de 170 palestinos e seis israelenses foram mortos.

Estas declarações fazem eco às do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que ameaçou na terça-feira (21/1) diretamente o Hamas. "Nós iremos responder àqueles que nos atacam. Se o Hamas e outras organizações esqueceram esta lição, vão aprender de novo e muito em breve", declarou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu durante uma coletiva de imprensa com seu colega canadense, Stephen Harper.



O governo do Hamas, que anunciou o deslocamento de agentes das forças de segurança para a fronteira com Israel a fim de "preservar a trégua", que entrou em vigor em 21 de outubro de 2012 sob a égide do Egito, acusou o Estado hebreu "da responsabilidade da escalada" das tensões.

"Os contatos continuam com a parte egípcia e nós afirmamos que é a ocupação de Israel que continua a violar a trégua", declarou à AFP Ihab al-Ghussein, porta-voz do governo do Hamas. "Os grupos de resistência concordaram em continuar com a trégua, desde que o ocupante a respeite, mas se ele não a respeitar, a resistência adotará uma outra posição", advertiu.

Risco de confrontos


Na madrugada desta quarta-feira (22), um ataque israelense no norte da Faixa de Gaza matou dois palestinos, incluindo um membro de um grupo armado, Ahmad Zaanine, e um parente, Mahmoud Zaanine.

O exército israelense afirmou que Ahmad Zaanine estava envolvido nos recentes disparos de foguetes, principalmente durante o funeral do ex-premiê israelense Ariel Sharon, em 15 de janeiro, acrescentando que ele aderiu ao braço armado da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP, esquerda radical), após pertencer à Brigadas al-Qods, da Jihad Islâmica.

Testemunhas palestinas haviam indicado em um primeiro momento que os dois homens pertenciam a este movimento islâmico radical. As tensões aumentaram nos últimos dias na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, levantando o temor, segundo os comentaristas israelenses, de uma nova incursão militar israelense no enclave palestino.

No total, 13 foguetes foram lançados contra Israel desde 1; de janeiro, e cinco deles foram interceptados pelo sistema antimíssil israelense Iron Dome. Sinal da crescente tensão, uma bateria móvel do sistema Iron Dome foi instalada na segunda-feira na região da cidade israelense de Ashdod, ao norte da Faixa de Gaza, segundo a imprensa israelense.

Um líder da Jihad Islâmica ficou gravemente ferido no domingo em um ataque aéreo israelense quando circulava de moto ao norte da cidade de Gaza.

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