Agência France-Presse
postado em 23/01/2014 09:31
Calcutá - Uma mulher foi vítima de um estupro coletivo cometido por 13 homens por ordem do conselho tribal de um povoado oriental da Índia, como castigo por manter um relacionamento amoroso, anunciou uma autoridade policial. "A jovem foi vítima de um estupro coletivo por ter mantido uma relação amorosa com um jovem de outra comunidade e por não ter tido condições de pagar a multa imposta pelo conselho local", relatou o responsável policial do distrito, C. Sudhakar.[SAIBAMAIS]O crime aconteceu na remota localidade de Subalpur, no estado de Bengala Ocidental (240 km a oeste de Calcutá), terça-feira à noite, um dia depois de a jovem, solteira, de 20 anos e pertencente à tribo santhal, ter sido encontrada com um homem muçulmano. Os conselhos locais exercem uma enorme influência no mundo rural na Índia. "Os 13 homens, incluindo o chefe do conselho local, que foram citados na queixa prestada à polícia, foram presos", indicou Sudhakar.
"O chefe local convocou uma reunião de emergência na terça-feira na praça do povoado na presença da jovem e de seu namorado", declarou a polícia. "A jovem e seu amado foram amarrados a duas árvores diferentes e condenados a uma multa de 25 mil rupias (300 euros) cada um pelo relacionamento", explicou. Os pais da jovem "declararam serem incapazes de pagar, e por isso o chefe do conselho local ordenou como castigo que fosse estuprada pelos habitantes", acrescentou. Já o homem foi libertado ao aceitar pagar a multa em uma semana.
A mulher, que se recupera em um hospital do distrito de Birbhum, identificou os 13 autores do ataque. Esta agressão voltou a chamar a atenção sobre a violência sexual sofrida pelas mulheres na Índia. Há pouco mais de um ano, uma jovem morreu em Nova Délhi em decorrência dos ferimentos sofridos após um estupro coletivo. Apesar do endurecimento das leis e dos esforços para modificar o comportamento em relação às mulheres, em uma sociedade profundamente patriarcal, o número de crimes sexuais na Índia não para de aumentar.