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Nigerianos são agredidos após descumprirem lei contra o homossexualismo

As sete vítimas foram atacadas na saída do tribunal em que estavam para serem julgados por descumprir lei islâmica

Agência France-Presse
postado em 23/01/2014 13:16
Kano - Sete homens julgados no norte da Nigéria por descumprir a lei islâmica que proíbe a homossexualidade foram atacados na saída do tribunal por uma multidão em fúria, informou uma fonte judiciária. "No momento em que os suspeitos deixaram a sala de audiência e se dirigiram para o ônibus da prisão, uma multidão de dezenas de pessoas começou a atirar pedras e a insultá-los", declarou Abdul Mohammed, que informou que o incidente aconteceu na quarta-feira.

[SAIBAMAIS]Segundo Mohammed, do tribunal da sharia (a lei islâmica) do estado de Bauchi, os sete homens, em detenção provisória, fazem parte de um grupo de doze pessoas detidas neste estado do norte da Nigéria desde o início do ano por descumprir a lei. "Os suspeitos foram rapidamente conduzidos para o ônibus que deixou imediatamente a região com escolta, enquanto a polícia dispersava a multidão em cólera com a ajuda de gás lacrimogêneo e disparos para o ar" acrescentou.



A multidão, que exigia a condenação imediata dos suspeitos, foi dispersada após 20 minutos, segundo Mohammed. O presidente nigeriano Goodluck Jonathan promulgou no início do mês uma lei que proíbe as uniões entre pessoas do mesmo sexo e que restringe os direitos dos homossexuais, uma lei muito criticada pelos países ocidentais e a ONU. Os supostos homossexuais do estado de Bauchi são julgados segundo a lei da sharia - aplicada paralelamente ao sistema judiciário federal em vários estados do norte - que prevê pena de morte para os homossexuais, ainda que seja aplicada raramente.

Na semana passada, o mesmo tribunal condenou um homem a receber 20 chibatas em público e uma multa de 5 mil nairas (25 euros) por ter descumprido esta polêmica lei. Entre os sete ouvidos pelo tribunal na quarta-feira, um é acusado de pertencer a um clube gay. As acusações datam de quatro anos atrás e eles devem ser libertados.

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