Agência France-Presse
postado em 24/01/2014 13:16
Juba - Os rebeldes liderados pelo ex-vice-presidente do Sudão do Sul, Riek Machar, afirmam ter sido atacados nesta sexta-feira (24/1) por militares, que negam, poucas horas após a entrada em vigor de um cessar-fogo para acabar com os combates no país. Um dia após a assinatura da trégua em Addis Abeba, as duas partes em conflito deram informações contraditórias sobre a situação no campo de batalha, enquanto os milhares de deslocados temem deixar os acampamentos em que se refugiaram.Na capital etíope, um porta-voz dos rebeldes acusou em um comunicado as forças do governo de continuar sua ofensiva, principalmente no estado de Unidad (norte) e Jonglei (leste). "As forças de Salva Kiir (presidente do Sudão do Sul), atacam atualmente nossas posições no estado petrolífero de Unidade", declarou Lul Ruai Kuang, afirmando que os rebeldes conseguiram repelir outro ataque em Jonglei. Esta informação foi desmentida por Juba.
"A situação está tranquila", declarou a repórteres o porta-voz militar Philip Aguer, que garante "não ter ouvido falar de qualquer combate". O porta-voz do Governo, Ateny Ateny Wek, também afirmou que os dois lados "retornaram para as suas posições" e que "não há combates desde ontem", quinta-feira. Desde 15 de dezembro, o Sudão do Sul é palco de combates entre as forças do presidente Kiir e forças leais ao ex-vice-presidente Machar.
O conflito causou milhares de mortes e meio milhão de deslocados. No início de janeiro, os dois lados iniciaram negociações de paz em Adis Abeba, sob a mediação da organização regional IGAD, e quinta-feira à noite assinaram um cessar-fogo. A guerra no Sudão do Sul tem sua origem em antigos conflitos políticos e étnicos, heranças da longa guerra civil (1983-2005) com o Sudão. O Sudão do Sul tornou-se independente em 2011.