Agência France-Presse
postado em 24/01/2014 19:11
O governo americano "condenou com firmeza os atentados terroristas" cometidos no Egito nesta sexta-feira (24/1) e pediu calma na véspera do terceiro aniversário da revolução egípcia.Há três anos, Washington mantêm relações delicadas com seu aliado no mundo árabe, tendo, inclusive, congelado parte de sua ajuda militar depois que o então presidente islâmico Mohamed Mursi foi derrubado.
Em um comunicado, o Departamento de Estado "condenou com firmeza os ataques terroristas ocorridos hoje no Egito" e exigiu uma "investigação completa" e que os responsáveis "sejam levados perante a Justiça".
"Pedimos a todos os egípcios que mostrem calma e contenção antes do terceiro aniversário da revolução egípcia", que começou em 25 de janeiro de 2011 e terminou 18 dias depois com a saída do então presidente Hosni Mubarak, explicou a diplomacia americana.
Como vem fazendo há meses, Washington voltou a pedir "uma transição política" que seja realizada "pacificamente" e "respeite os direitos de todos os egípcios".
Nesta sexta, no Cairo, um suicida lançou seu carro-bomba contra a sede da polícia egípcia, no primeiro de uma série de atentados que deixaram seis mortos hoje.
Os atentados contra as forças da ordem se multiplicaram desde que o Exército destituiu o islamita Mursi, em 3 de julho, único presidente eleito de forma democrática no Egito, e desde que passou a reprimir ferozmente qualquer manifestação de seus partidários.
No último fim de semana, O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu ao atual governo egípcio que aplique os direitos e liberdades da nova Constituição, pouco depois da vitória do "sim" no referendo constitucional.
O governo dos EUA ainda não decidiu se retoma a entrega de uma parte da ajuda de US$ 1,55 bilhão ao Cairo, congelada desde outubro.
Em um sinal de relações difíceis entre os dois aliados, o presidente americano, Barack Obama, convidou os dirigentes de 47 países africanos para uma cúpula na Casa Branca, em 5 e 6 de agosto, mas não incluiu o Egito. Cairo disse ter ficado "muito surpreso" e classificou a decisão de "erro".