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Na Praça São Pedro, papa critica prática "não-cristã e desumana" da usura

Estas palavras foram lançadas na presença de mais de 3 mil voluntários que trabalham em fundações que lutam contra este fenômeno.

Agência France-Presse
postado em 29/01/2014 10:33
Papa Francisco cumprimenta a multidão durante uma audiência geral na Praça de São Pedro

Cidade do Vaticano
- O papa Francisco criticou nesta quarta-feira (29/1) diante de uma multidão reunida na Praça de São Pedro a "ferida desumana" e "anticristã" da usura, que mergulha os mais pobres em dificuldades dramáticas.

"Quando uma família não tem o que comer, porque tem de pagar juros a usurários, isso não é cristão, não é humano", exclamou em italiano durante a audiência geral semanal, em uma de suas muitas referências às injustiças que marginalizam ainda mais os pobres, nos países do Hemisfério Sul, mas também na Itália, especialmente com a máfia. É um "mal social", denunciou com veemência. Estas palavras foram lançadas na presença de mais de 3 mil voluntários que trabalham em fundações que lutam contra este fenômeno.



[SAIBAMAIS]O papa Francisco espera que as instituições "possam intensificar o seu envolvimento ao lado das vítimas" da usura. "Deixo votos de que se façam todos os esforços possíveis, por parte das instâncias competentes, para que o trabalho, que é fonte de dignidade, seja uma preocupação central de todos. Que não falte o trabalho, fonte de dignidade", declarou. A usura, que é entendida como a cobrança de empréstimos a taxas exorbitantes para que o devedor não possa pagar, fornece armas poderosas para o credor, que pode exigir do devedor suas propriedades ou serviços criminosos.

Durante o Angelus no domingo passado, Francisco já havia mencionado a máfia, expressando sua emoção após o assassinato de uma criança, Coco, de 3 anos, cujo corpo foi encontrado dentro de um carro queimado, vítima de um acerto de contas entre traficantes de drogas na Calábria. Este ato cruel causou comoção na Itália, onde a máfia, apesar de sua violência, raramente ataca crianças. Vários papas já criticaram a usura. Bento XVI denunciou o "flagelo social" desta prática, em julho de 2009, pedindo ao governo italiano para ajudar as famílias prejudicadas por essa "escravidão".

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