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Réu é executado nos EUA em meio a polêmica por componente de injeção

O juiz do caso chegou a suspender a pena, mas 24 horas depois decidiu autorizar a aplicação do material letal

Agência France-Presse
postado em 30/01/2014 09:19
Washington - Um preso condenado à morte foi executado na noite de quarta-feira (29/1) em Missouri, depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou no último momento um recurso sobre um componente da injeção letal, informaram os advogados do réu. O juiz Samuel Alito havia suspendido no último minuto a execução de Herbert Smulls, de 56 anos, na noite de terça-feira (28/1) por outro recurso, mas 24 horas depois decidiu autorizar a aplicação da pena.

Smulls foi condenado à morte pelo assassinato em 1991 de um joalheiro durante um roubo a mão armada. Depois que o governador de Missouri rejeitou na terça-feira a suspensão da execução, a advogada Cheryl Pilate pediu à Suprema Corte que exigisse ao estado a revelação do nome do laboratório não homologado em nível federal que forneceu o anestésico da injeção.

Depois da aprovação da Suprema Corte e antes da execução foram apresentados outros três recursos. O último permanecia pendente quando o réu foi declarado morto, informaram à AFP os advogados. Diante da escassez de produtos para as execuções, Missouri - como outros estados - usa o anestésico pentobarbital, mas não informa o nome do laboratório que fornece o componente.



Pilate argumentou na Suprema Corte que sem a informação sobre a procedência do pentobarbital era impossível saber se a injeção constituía "um castigo cruel e desumano", algo proibido pela Oitava Emenda da Constituição americana. Alito também deve julgar o caso de Christopher Sepulvado, da Louisiana, condenado à morte em 5 de fevereiro por ter agredido e queimado até a morte o enteado de seis anos em 1992. O advogado de defesa apresentou um recurso pelo mesmo motivo que Smulls.

Os advogados dos condenados afirmam que os fármacos utilizados nas execuções podem ter sido testados e aprovados pelo mesmo laboratório que realizou testes com o medicamento usado em uma polêmica execução em Oklahoma em 9 de janeiro, na qual o detento Michael Lee Wilson reclamou que podia sentir o corpo "ardendo" quando a injeção era administrada.

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