Agência France-Presse
postado em 31/01/2014 12:20
Haia - A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) advertiu à Síria nesta sexta-feira (31/1) para que retome o ritmo no envio de seu estoque de armas químicas, depois que o regime perdeu um dos prazos para se desfazer do arsenal. "A necessidade do processo de restabelecer o ritmo é óbvia", declarou o diretor-geral Ahmet Uzumcu, depois de uma reunião do comitê-executivo da organização, na quinta-feira, em Haia.Fontes afirmaram que a sessão foi dividida entre os países ocidentais, que querem uma abordagem severa com a Síria, e aliados do país, como a Rússia e a China, que preferem um tratamento brando. Só dois carregamentos de armas químicas saíram da Síria, o que não chega a 4% do arsenal declarado pelo governo, segundo declarou os Estados Unidos nesta semana.
Cerca de 700 toneladas do arsenal deveria ter saído da Síria em 31 de dezembro, o que não ocorreu, atrasando o planejamento do ambicioso programa de desarmamento. O governo sírio informou à OPAQ que está "fazendo esforços intensivos para se preparar e acelerar o transporte das armas, e que no momento está trabalhando num cronograma para completar o envio".
[SAIBAMAIS]O Conselho de Segurança da ONU apoiou, no ano passado, um acordo entre Estados Unidos e Rússia para eliminar o enorme arsenal químico sírio, como uma maneira de evitar um ataque americano, cogitado depois que um ataque biológico foi atribuído ao regime. Mas Washington acusou na quinta o governo sírio de estar adiando o processo intencionalmente. "Praticamente nenhuma das armas de máxima prioridade forai removida, e o governo sírio não vai se comprometer com um cronograma específico", disse Robert Mikulak, chefe da delegação americana na OPAQ.
Ele refutou a explicação de que o atraso ocorreu por questões de segurança e necessidade de novos equipamentos,. "O equipamento pedido pela Síria não é necessário para o transporte das armas químicas em segurança. Esses pedidos não tem fundamento, e mostram mais uma ;mentalidade de barganha; do que um pensamento na segurança", declarou Mikulak ao conselho executivo da organização.
A Síria declarou 700 toneladas das armas mais perigosas, 500 toneladas de armamento menos perigoso, e 120 toneladas de isopropanol. A maioria do arsenal deve ser destruído até o dia 5 de fevereiro, enquanto o isopropanol deve ser eliminado pelo próprio governo até 1 de março. Segundo fontes da OPAQ, esses prazos provavelmente não serão cumpridos. A próxima reunião do comitê-executivo será no dia 2 de fevereiro. O governo do presidente Bashar Al-Assad tem combatido rebeldes há quase 3 anos, depois de uma resposta violenta aos protestos por democracia, que começaram em março de 2011.