postado em 01/02/2014 08:00
Em paralelo à cobrança do Exército ucraniano por ;medidas de emergência; ante a instabilidade na Ucrânia, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, considerou que ações adotadas pelo presidente Viktor Yanukovich são insuficientes para apaziguar os ânimos da oposição, que protesta contra a atual gestão desde novembro passado. Em visita a Berlim, Kerry afirmou que ;as ofertas de Yanukovich ainda não alcançaram um nível adequado; para que os opositores ;sintam que podem negociar legitimamente;. Ontem, o gabinete do presidente anunciou a promulgação de uma lei de anistia aos manifestantes detidos no país, assim como a revogação das emendas adotadas em 16 de janeiro para reprimir protestos. A medida, no entanto, já tinha sido rejeitada pela oposição, pois o perdão só seria concedido com o cessar das manifestações.
O alerta de Kerry endossa a advertência feita pelos militares da Ucrânia. Um comunicado emitido pelo Ministério da Defesa exorta Yanukovich a adotar ;medidas de emergência, no marco da legislação atual, para estabilizar a situação no país;. Embora tenham indicado previamente que não interviriam na crise, os oficiais consideram ;inaceitável a tomada de edifícios públicos e as tentativas de impedir que o poder cumpra suas funções; e advertiram que ;uma escalada da contestação ameaça a integridade territorial da Ucrânia;.
As observações sobre a ineficiência do chefe de Estado em responder à insatisfação popular foram feiras um dia depois de Yanukovich anunciar uma licença do governo por questões médicas, em um momento de forte pressão por sua renúncia. O anúncio da promulgação da lei de anistia demonstra que o presidente mantém parte de suas atividades. A proposta de perdoar os manifestantes presos após protestos violentos é a mais recente tentativa de solucionar a crise. Os opositores, porém, não aceitam a condição de encerrar as mobilizações e desconfiam que Yanukovich queira ganhar tempo. O ressurgimento do ativista opositor Dmytro Bulatov, que alega ter sido sequestrado e torturado (leia nesta página), pode inflamar os ânimos dos insatisfeitos. ;Não há sentido em assinar essa lei de anistia. Ninguém vai sair daqui até que esse governo se vá;, declarou uma manifestante, que ocupava a Prefeitura de Kiev, à agência Reuters.
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