Agência France-Presse
postado em 01/02/2014 10:49
Kiev - O secretário de Estado americano, John Kerry, expressou neste sábado o apoio dos Estados Unidos e da UE "ao povo ucraniano em seu combate", pouco antes de uma reunião com a oposição ucraniana, que teme uma intervenção do exército para acabar com os protestos. "A luta por uma futura Europa democrática é mais importante hoje na Ucrânia que em qualquer outra parte", afirmou o chefe da diplomacia americana durante um discurso pronunciado na Conferência de Munique sobre Segurança. "Lutam pelo direito de associar-se aos que os ajudam a concretizar suas aspirações. Consideram que seu futuro não depende de um único país", afirmou Kerry, em referência a Rússia.
A postura de Kerry a favor da oposição é a mais clara expressada até o momento por Washington. O chefe da diplomacia americana se reunirá durante a tarde com líderes da oposição ucraniana, incluindo o ex-boxeador Vitali Klitschko.
Em um encontro em Munique com autoridades europeias, como a chefe da diplomacia da UE Catherine Ashton, um dos líderes da oposição, Arseni Yatseniuk, afirmou que é "muito provável" que as autoridades ucranianas cogitem "recorrer à força, inclusive com a participação do exército".
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Os militares ucranianos afirmaram que não pretendiam interferir na crise, mas na sexta-feira exigiram do presidente Viktor Yanukovytch a adoção de medidas urgentes para "estabilizar a situação no país", por considerarem que a integridade territorial está ameaçada. Yanukovytch está afastado do gabinete por uma licença médica desde sexta-feira.
Em Kiev, os serviços de inteligência também investigam uma tentativa de tomada do poder pelo partido da ex-primeira-ministra e líder opositora Yulia Timoshenko, atualmente na prisão.
A Rússia, que teve um papel essencial para convencer as autoridades ucranianas a desistir de um acordo de associação com a UE, acusou neste sábado os europeus de "estimular" os radicais em Kiev. "Em que medida está relacionado o apoio às manifestações de rua cada vez mais violentas com a promoção da democracia?", questionou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, na Conferência de Munique.
A chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton anunciou que visitará Kiev novamente na próxima semana para tentar ajudar a resolver o conflito, que deixou pelo menos quatro mortos e mais de 500 feridos.
Desde o início do conflito, Yanukovytch fez várias concessões, como aceitar a demissão de seu gabinete, abolir um pacote de leis que restringiam a liberdade de manifestação e votar uma anistia para os manifestantes detidos, mas os opositores rejeitaram a condição imposta: abandonar os prédios e ruas ocupadas em um prazo de 15 dias.
Repressão
Yatseniuk também se reuniu com o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, e com o presidente alemão Joachim Gauck. Após o encontro, ele afirmou que a Alemanha estava disposta a receber o ativista opositor Dmytro Bulatov para proporcionar atendimento médico. Bulatov declarou na sexta-feira que foi torturado durante uma semana depois de ter sido sequestrado em 22 de janeiro.
O opositor, que relatou ter sido "crucificado e sofrido cortes", ficará sob prisão domiciliar como "suspeito de organização de distúrbios", informou a polícia. O ministério do Interior afirmou na sexta-feira que não descarta "uma montagem de sequestro para provocar uma reação negativa na sociedade".
O movimento de protesto começou em novembro, depois da decisão repentina de Yanukovytch de desistir de assinar um acordo de associação com a UE, negociado durante meses. Ele optou por uma aproximação da Rússia, que concedeu um crédito de 15 bilhões de dólares e uma redução do preço do gás.
A postura de Kerry a favor da oposição é a mais clara expressada até o momento por Washington. O chefe da diplomacia americana se reunirá durante a tarde com líderes da oposição ucraniana, incluindo o ex-boxeador Vitali Klitschko.
Em um encontro em Munique com autoridades europeias, como a chefe da diplomacia da UE Catherine Ashton, um dos líderes da oposição, Arseni Yatseniuk, afirmou que é "muito provável" que as autoridades ucranianas cogitem "recorrer à força, inclusive com a participação do exército".
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Os militares ucranianos afirmaram que não pretendiam interferir na crise, mas na sexta-feira exigiram do presidente Viktor Yanukovytch a adoção de medidas urgentes para "estabilizar a situação no país", por considerarem que a integridade territorial está ameaçada. Yanukovytch está afastado do gabinete por uma licença médica desde sexta-feira.
Em Kiev, os serviços de inteligência também investigam uma tentativa de tomada do poder pelo partido da ex-primeira-ministra e líder opositora Yulia Timoshenko, atualmente na prisão.
A Rússia, que teve um papel essencial para convencer as autoridades ucranianas a desistir de um acordo de associação com a UE, acusou neste sábado os europeus de "estimular" os radicais em Kiev. "Em que medida está relacionado o apoio às manifestações de rua cada vez mais violentas com a promoção da democracia?", questionou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, na Conferência de Munique.
A chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton anunciou que visitará Kiev novamente na próxima semana para tentar ajudar a resolver o conflito, que deixou pelo menos quatro mortos e mais de 500 feridos.
Desde o início do conflito, Yanukovytch fez várias concessões, como aceitar a demissão de seu gabinete, abolir um pacote de leis que restringiam a liberdade de manifestação e votar uma anistia para os manifestantes detidos, mas os opositores rejeitaram a condição imposta: abandonar os prédios e ruas ocupadas em um prazo de 15 dias.
Repressão
Yatseniuk também se reuniu com o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, e com o presidente alemão Joachim Gauck. Após o encontro, ele afirmou que a Alemanha estava disposta a receber o ativista opositor Dmytro Bulatov para proporcionar atendimento médico. Bulatov declarou na sexta-feira que foi torturado durante uma semana depois de ter sido sequestrado em 22 de janeiro.
O opositor, que relatou ter sido "crucificado e sofrido cortes", ficará sob prisão domiciliar como "suspeito de organização de distúrbios", informou a polícia. O ministério do Interior afirmou na sexta-feira que não descarta "uma montagem de sequestro para provocar uma reação negativa na sociedade".
O movimento de protesto começou em novembro, depois da decisão repentina de Yanukovytch de desistir de assinar um acordo de associação com a UE, negociado durante meses. Ele optou por uma aproximação da Rússia, que concedeu um crédito de 15 bilhões de dólares e uma redução do preço do gás.