Os ventos da Primavera Árabe arrastaram ditaduras e trouxeram ao Oriente Médio realinhamentos de poder, disputas pela hegemonia política, conflitos sectários e a ameaça de grupos fundamentalistas ávidos em formar um califado islâmico. Para especialistas, as mudanças enfrentadas pela região indicam que a transição para a democracia em países afetados pelas revoluções não será rápida, muito menos suave.
Tunísia e Líbia tentam se acomodar nas bases de uma Constituição, enquanto o Egito flerta com o militarismo, depois de um golpe de Estado que lançou os islamitas na clandestinidade e acirrou as tensões no país. Na Síria, a guerra civil entornou o caldo do extremismo sobre nações vizinhas, como o Líbano e o Iraque. Irã e Arábia Saudita se aproveitam da instabilidade para reforçar a presença política e financeira, em um embate ideológico direto, com consequências imprevisíveis.
Cofundadora do Programa sobre Reforma Árabe e Democracia da Universidade de Stanford, Lina Khatib alerta para o aumento significativo das tensões sectárias no Oriente Médio, especialmente entre sunitas e xiitas. O fenômeno é mais evidente no Líbano e no Iraque. ;Beirute presenciou uma série de atentados e contra-ataques em áreas sunitas e xiitas. Quanto mais embates sectários ocorrerem, menores as chances de os governos manterem a estabilidade;, afirmou ao Correio, por e-mail. Ela acusa as autoridades de fomentarem o caos, por meio da concessão de privilégios a determinados grupos.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique .