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Rússia pede que oposição ucraniana pare com ameaças e ultimatos

"Esperamos que a oposição na Ucrânia renuncie às ameaças e intensifique o diálogo com as autoridades para que o país possa sair da crise profunda", disse o ministério russo das Relações Exteriores

Agência France-Presse
postado em 03/02/2014 09:49
Moscou -A Rússia pediu nesta segunda-feira (3/2) que a oposição da Ucrânia desista de ameaças e ultimatos com o objetivo permitir que o país saia da crise decorrente da suspensão dos preparativos para um acordo de associação à União Europeia, no final de 2013. Uma das antigas repúblicas soviéticas, a Ucrânia enfrenta, há cerca de dois meses, manifestações, algumas marcadas por violentos confrontos entre a população e a polícia, especialmente na capital do país, Kiev.

A crise levou à demissão do primeiro-ministro, Mykola Azarov, na última semana. Nesta segunda-feira, depois de quadro dias afastado por motivos de saúde, o presidente ucraniano Viktor Ianukovitch volta aos trabalhos.

[SAIBAMAIS];Esperamos que a oposição na Ucrânia renuncie às ameaças e aos ultimatos e intensifique o diálogo com as autoridades para que o país possa sair da crise profunda mantendo-se no quadro constitucional;, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, em comunicado. ;A Rússia está muito preocupada com a aspiração das forças da oposição ucraniana a fazer com que a situação se deteriore ainda mais;, segundo o documento.


Em nota, a diplomacia russa diz-se ;perplexa; com os apelos dos líderes da oposição, que incentivam a população a manter manifestações em prédios públicos e sedes da administração. Para o governo russo, esses apelos contrariam declarações de fidelidade à democracia e aos valores europeus, reafirmados na Cúpula de Segurança de Munique, da última sexta-feira (31) até ontem (2).

A questão ucraniana foi um dos principais temas do encontro. Os protestos na Ucrânia começaram no final de 2013 e foram intensificados com a adoção de medidas rígidas do governo para conter as manifestações, em meados de janeiro. Essas medidas foram criticadas pela comunidade interncional e a pressão, tanto interna quanto externa, fez com que o governo recuasse.

Hoje, um dos líderes da oposição, Vitaly Klitschko, informou que foi entregue ao Parlamento do país um projeto de lei que exclui a possibilidade os manifestantes sofrerem processos judiciais. No último final de semana, como forma de conter a crise, além de suspender as regras mais rígidas contrárias aos manifestantes, o governo anunciou a concessão de anistia aos envolvidos. "A lei foi feita para prevenir o processo e a punição de pessoas relacionadas a eventos que ocorreram durante manifestações pacíficas", disse Klitschko. De acordo com ele, a lei não seria válida para pessoas que cometeram crimes graves.

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