Agência France-Presse
postado em 03/02/2014 17:27
O governo francês anunciou nesta segunda-feira (3/2) que não apresentará este ano seu projeto de lei sobre a família, depois de grandes manifestações contrárias realizadas domingo em Paris, mas indicou que os "trabalhos preparatórios" devem começar.Esse projeto de lei deveria ser apresentado em abril ao Conselho de Ministros e debatido no Congresso no segundo semestre.
No domingo, dezenas de milhares de pessoas protestaram em Paris em defesa de uma visão tradicional da família. O ato foi convocado pelo coletivo "Manifestação para Todos", que no passado lutou contra a legalização do casamento homossexual, aprovado em maio.
Os manifestantes reforçaram sua opinião contrária à reprodução assistida para os casais lésbicos e à barriga de aluguel, apesar de essas medidas não estarem previstas no projeto de lei.
Graças à grande mobilização dos setores conservadores franceses, o governo deu a impressão de querer acalmar os ânimos ao anunciar que o projeto de lei sobre a família não será enviado ao Congresso esse ano.
Mas uma fonte no gabinete do primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault assegurou que "os trabalhos preparatórios devem continuar", alegando o "calendário parlamentar denso" como motivo do adiamento.
Essa decisão do governo foi classificada como uma vitória pelos organizadores da passeata de domingo.
Uma das principais medidas que constam no projeto de lei é uma facilidade jurídica maior para o reconhecimento de terceiros na educação dos filhos.
Em troca, o governo já tinha descartado a inclusão da reprodução assistida e da gestação através de uma barriga de aluguel.