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Diretor da TV pública japonesa nega massacre em cidade chinesa

A declaração não foi condenada oficialmente pelo governo. O massacre ocorreu em 1937, na cidade de Nanquim

Agência France-Presse
postado em 04/02/2014 09:34
Tóquio - Um alto dirigente da televisão pública japonesa negou no domingo (2/2) o massacre na cidade chinesa de Nanquim cometido em 1937 pelo exército japonês, uma declaração que não foi condenada oficialmente pelo governo.

[SAIBAMAIS]"Muitos países ignoraram a propaganda de (dirigente nacionalista chinês) Chiang Kai-shek sobre os massacres que teriam sido cometidos pelo Japão em Nanquim. E sabem por quê? Porque nunca existiram", disse Naoki Hyakuta, integrante da diretoria do canal público NHK, em uma reunião política em Tóquio. Hyakuta, citado por vários meios de comunicação nesta terça-feira, fez um discurso de apoio a um candidato de extrema-direita ao cargo de governador de Tóquio.



Em 2008, o comandante do Estado-Maior da Aeronáutica, Toshio Tamogami, foi demitido por ter afirmado que durante a II Guerra Mundial o Japão não foi um país agressor. "Estou a par da informação (sobre as declarações de Hyakuta), mas acredito que não viola o regulamento interno da NHK. O governo não tem motivo para pronunciar-se", disse o secretário-geral do governo, Yoshihide Suga.

A China calcula em 300 mil o número de vítimas em assassinatos em massa, estupros e ataques executados pelos militares japoneses durante as seis semanas posteriores a sua entrada na cidade de Nanquim, em 13 de dezembro de 1937. Historiadores estrangeiros citam um número menor de vítimas, incluindo o especialista em China Jonathan Spence, que calcula que 42.000 soldados e cidadãos foram mortos e que 20.000 mulheres foram estupradas - muitas delas faleceram pouco depois.

Esta é a segunda vez em poucos dias que um diretor da NHK provoca polêmica. O novo presidente da emissora, Katsuto Momii, declarou em 26 de janeiro que a prostituição forçada de mulheres pelo exército japonês durante a II Guerra Mundial era uma prática "frequente em todos os países em guerra".

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