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Pais de pescador náufrago conversam por telefone com filho após resgate

O casal admite: achava que o pescador José Ricardo Orellana estava morto

Rodrigo Craveiro
postado em 05/02/2014 06:00

Era madrugada na aldeia de pescadores Garita Palmera, no departamento de Ahuachapán ; 125km a oeste de San Salvador ;, quando o telefone tocou, ontem, na casa do pescador José Ricardo Orellana, 65 anos. Do outro lado da linha, a 10,8 mil km dali, José Salvador Alvarenga demonstrava tranquilidade, apesar da história que contou às autoridades. Ele relatou ter ficado 13 meses à deriva, em alto-mar, após o barco ser atingido por uma tormenta. Até que a maré teria lançado a pequena lancha ;Camaronera de la Costa; de encontro ao Atol de Ebon, nas Ilhas Marshall, onde foi salvo. ;Papai, eu quero ir para casa;, disse Alvarenga a Orellana, no primeiro contato com a família em oito anos, de Marujo, capital do arquipélago no meio do Oceano Pacífico. ;Deus olhou por meu filho. Graças a Deus, ele foi encontrado por pessoas, que lhe deram apoio com remédios e alimentos;, afirmou o pai ao Correio, por celular.

Orellana pede ajuda para a repatriação de Alvarenga e faz questão de expressar gratidão às pessoas que ajudaram Alvarenga. ;Se não fosse por eles, meu filho estaria morto;, disse. ;Ele disse estar em um hotel, onde recebe comida e água. Já demonstra facilidade para falar e está bastante contente, se sente um pouco melhor;, acrescentou. O filho repetiu à família a versão de que se viu obrigado a comer peixe e carne crua de tartaruga, além de beber a própria urina. ;Deus fez um milagre. Estamos felizes. Pensávamos que ele estivesse morto. Pedimos a pessoas de boa vontade que nos ajudem a trazê-lo para cá. Não podemos perder a fé;, comentou.

Mãe do sobrevivente salvadorenho, María Julia Alvarenga, 59, não escondia a alegria. ;Estou bem feliz. Dou graças ao Senhor por ele estar vivo e agradeço às pessoas que o estão auxiliando;, disse à reportagem. De acordo com ela, o filho tentou tranquilizá-la e garantiu estar melhor. ;Eu lhe perguntei onde estava e ele me respondeu: ;Mamãe, não sei onde estou, não sei;. E eu pedi que voltasse para cá;, relatou. ;Já são oito anos que não nos vemos. Perdemos contato.;

María Julia Alvarenga, mãe do pescador que ficou 13 meses à deriva em alto-mar:
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José Ricardo Orellana, pai do pescador:
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