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Chama olímpica chega a Sochi em meio a manifestações mundiais contra Putin

As manifestações ocorrem devido a uma lei contra o homossexualismo na Rússia

Agência France-Presse
postado em 05/02/2014 16:18

Sochi - A chama olímpica dos Jogos de Inverno chegou nesta quarta-feira em Sochi, enquanto manifestações contra uma lei russa "anti-gay" estão previstas no mundo inteiro, a dois dias da cerimônia da abertura do evento.

O presidente russo, Vladimir Putin, visitava nesta quarta-feira os atletas nas Vilas Olímpicas enquanto os organizadores corriam para acertar os últimos detalhes da cerimônia de abertura do estádio Fisht, recém construído às margens do Mar Negro.

Putin prometeu que os Jogos de Inverno organizados pela Rússia, com um custo total sem precedentes (50 bilhões de dólares), seriam acolhedores para todo mundo, em meio à controvérsia de uma lei russa "anti-gay" que entrou em vigor em junho do ano passado.

A ONG LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais) All Out organiza manifestações em 19 cidades do mundo, desde Nova York a Melbourne passando por Paris e a cidade russa de São Petersburgo (mas não Sochi), e tem como alvo os patrocinadores dos Jogos Olímpicos que, segundo a ONG, precisam "sair de seu silêncio sobre as leis anti-gay russas".


Pressão sobre os patrocinadores


"É o momento de obrigar os patrocinadores a utilizarem seu poder econômico, com o objetivo de chamar a atenção para estas leis discriminatórias", escreve a All Out em seu site, na internet.

Os contratos de patrocínio entre o Comitê Organizador dos Jogos e grandes empresas como Coca Cola, McDonald;s e Samsung chegam a um valor total de 1.4 bilhão de dólares.

O grupo americano de telecomunicações AT denunciou nesta terça-feira esta lei russa que pune a "propaganda homossexual" para menores com multa ou até prisão.

"Estamos contra a lei russa anti-LGBT", declarou a AT em seu site.



A empresa não é um dos patrocinadores dos Jogos de Sochi, mas foi parceira durante anos do Comitê Olímpico americano.

Várias manifestações estão previstas para coincidir com a passagem da chama olímpica em Sochi, após ter percorrido cerca de 65.000 km através da Rússia, o maior trajeto da história olímpica, com paradas no Polo Note, no Monte Elbrus (montanha mais alta da Europa com 5.642 m), no lago Baikal e até no espaço.

[SAIBAMAIS]Em Sochi, a tocha será levada pelas ruas, de trem e de barco. Entre os carregadores estão previstos figuras como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, e a grande estrela do salto com vara, a russa Elena Isinbayeva.

A último trajeto acontecerá na sexta-feira, quando a chama olímpica será acesa no estádio Fisht, onde serão realizadas as cerimônias de abertura e encerramentos dos Jogos.

Segurança, risco de atentados


O presidente Putin, que disse na terça-feira não estar envolvido na escolha do atleta ou personalidade que ascenderá a chama, garantiu que a cidade dos Jogos será acolhedora para todos.

[SAIBAMAIS]"Quero assegurar a todos que faremos de tudo para que Sochi seja um lugar acolhedor para todos os participantes, para todos os convidados", declarou Putin a Bach, em um encontro com membros do COI.

"A principal tarefa é fazer dos Jogos de Sochi uma festa para todos os apaixonados por esporte no mundo", completou Putin.

O presidente russo agradeceu também pelo COI ter permitido ao país organizar estes Jogos, que precisaram de obras colossais, na medida que somente 15% da infraestrutura estava pronta em 2007, quando a cidade foi escolhida.

A segurança é a grande preocupação destes Jogos de Sochi, cidade que fica a centenas de quilômetros da república do Cáucaso do Norte, especialmente após o atentado suicida de Volgogrado em dezembro passado e as ameaças de ataques por islamitas da região, em janeiro.

"O maior perigo é que atentados aconteçam fora dos lugares em que se realizarão os Jogos, aos arredores ou na região de Sochi", afirmou na terça-feira o diretor do Centro Nacional Anti-terrorista (NCC), Matthew Olsen.

Putin minimizou as ameaças ao dizer que a segurança era "um motivo de preocupação" em qualquer evento internacional, tanto esportivo quanto político.

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