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Anúncio de candidatura de marechal egípcio pode ter sido mal interpretado

Em um comunicado, o exército não desmente a possibilidade da candidatura, mas afirma que o marechal não fez a declaração de forma direta ao jornal

Agência France-Presse
postado em 06/02/2014 08:55
Cairo - O exército egípcio afirmou nesta quinta-feira (6/2) que um jornal do Kuwait interpretou de maneira equivocada as declarações de seu comandante, Abdel Fatah al-Sisi, sobre uma candidatura presidencial e destacou que o marechal anunciará sua decisão apenas "ao povo".

[SAIBAMAIS]O jornal kuwaitiano Al-Seyasah informa nesta quinta-feira que Al-Sisi declarou em uma entrevista que será candidato. Em um comunicado, o exército não desmente a possibilidade, mas afirma que o marechal não fez a declaração de forma direta ao jornal.

O jornal cita uma declaração de Al-Sisi, que teria afirmado: "Não me resta outra opção que responder ao pedido do povo egípcio". "O pedido (do povo) foi ouvido em todas as partes e não o rejeitarei", teria completado o marechal, segundo o jornal. Na semana passada, o exército egípcio pediu ao marechal Sisi, de 59 anos, que dispute a eleição presidencial programada para abril.


Abdel Fatah al-Sisi anunciou na televisão em 3 de julho do ano passado a destituição do presidente islamita Mohamed Mursi, o primeiro eleito de forma democrática no Egito e que estava no poder desde meados de 2012. Desde então, o governo provisório tutelado pelos militares reprime de forma violenta os partidários do presidente deposto. O novo homem forte do Egito não se cansa de repetir que o golpe militar contra Mursi respondeu à vontade de milhões de manifestantes contrários à política de Mursi, que atualmente enfrenta quatro processos.


Na entrevista ao jornal do Kuwait, Al-Sisi pediu ajuda ao povo para "curar o Egito de sua doença crônica, que se agravou nos últimos anos", em referência à Irmandade Muçulmana, a organização de Mursi. Ainda de acordo com o jornal, o também ministro de Defesa teria afirmado que, se for eleito, promoverá uma aliança entre os países árabes "para efetuar uma guerra comum contra o terrorismo".

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