Agência France-Presse
postado em 06/02/2014 11:16
Kiev - A secretária de Estado adjunta americana Victoria Nuland chegou nesta quinta-feira (6/2) a Kiev para mediar a crise política aberta entre o presidente Viktor Yanukovytch, e a oposição, informou a embaixada dos Estados Unidos. Sua visita, um dia depois da realizada pela chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, faz parte dos esforços do Ocidente para obter um diálogo que ponha fim à longa crise política.
[SAIBAMAIS]A Ucrânia é cenário de protestos desde novembro passado, depois que Yanukovytch rejeitou um acordo de associação com a União Europeia (UE) para optar por vínculos mais estreitos com Moscou. Na véspera, a Rússia advertiu a Ucrânia, após a visita de Ashton, sugerindo que uma mudança de lado poderá impedir a ajuda prometida a Kiev. Já a União Europeia pediu à Ucrânia que se esforce para sair da crise que atinge o país há mais de dois meses.
A Rússia, preocupada com o atraso pela Ucrânia do pagamento de suas contas de gás, pediu esclarecimentos sobre suas últimas manobras políticas, enquanto os protestos pró-europeus continuam, indicou um porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. De acordo com o porta-voz, o presidente Putin não irá voltar atrás em seu compromisso de conceder um auxílio de 15 bilhões de dólares para a Ucrânia e de reduzir em 30% o preço do gás russo entregue ao seu vizinho, desde que Kiev respeite seus compromissos com Moscou.
A gravidade da crise foi ilustrada nesta quarta-feira pela queda de mais de 5% da hryvnia em relação ao dólar e ao euro. O presidente Yanukovytch deverá discutir os seus problemas diretamente com o presidente Vladimir Putin, que ele encontrará na sexta-feira, à margem dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi. É pouco provável que algo substancial aconteça em Kiev antes deste encontro, segundo os meios políticos ucranianos.
A crise na Ucrânia foi provocada no final de novembro pelo abandono surpresa por Kiev de um acordo de associação com a UE em detrimento de uma aproximação com Moscou. O movimento de contestação se transformou em uma rejeição ao sistema presidencial adotado por Yanukovytch. O centro de Kiev continua ocupado por manifestantes que ergueram barricadas. Em janeiro, os confrontos fizeram ao menos quatro mortos e 500 feridos.