Mundo

Conselho da ONU diz que Síria deve acelerar seu desarmamento químico

"As etapas intermediárias não foram cumpridas. A Síria está num ponto crítico. O atraso não é insuperável, mas é essencial que a Síria acelere ao operação", afirmou o conselho

Agência France-Presse
postado em 06/02/2014 15:09
Pelo menos 246 morrem em cinco dias de bombardeios em Aleppo, na Síria
O atraso da Síria na hora de destruir seu arsenal químico não é insuperável, mas é necessário que Damasco acelere claramente o ritmo, declarou nesta quinta-feira (6/2) no Conselho de Segurança da ONU a coordenadora da operação, Sigrid Kaag.

"As etapas intermediárias (do cronograma de desarmamento) não foram cumpridas. A Síria está num ponto crítico (...) O atraso não é insuperável, mas é essencial que a Síria acelere ao operação", afirmou ainda.

[SAIBAMAIS]Na véspera, a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) afirmou que a Síria não respeitou as obrigações internacionais em termos de destruição do arsenal químico ao não cumprir a data limite para a retirada de seu território de 1.200 toneladas de agentes químicos.

Um porta-voz da OPAQ, Michael Luhan, afirmou à AFP que esta situação era "evidente".

"Não há necessidade de acrescentar nenhum comentário", completou.

O vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Faysal Meqdad, afirmou que o país está decidido a "aplicar por completo" o acordo sobre a destruição do arsenal químico.

Meqdad citou, no entanto, as "dificuldades" que impediam as autoridades sírias a respeitar as obrigações, provocadas pelos "grupos terroristas armados", em referência à oposição e aos rebeldes sírios.



Além das 700 toneladas de agentes químicos que deveriam ter saído da Síria até 31 de dezembro, nesta quarta-feira deveriam ter deixado o território outras 500 toneladas de agentes "categoria 2".

Apenas dois carregamentos agentes químicos partiram do porto sírio de Lataquia em 7 e 27 de janeiro, o que, segundo Washington, representa quase 4% das toneladas que deveriam ter sido retiradas até 31 de dezembro.

O plano de desarmamento químico da Síria aprovado pela ONU, após um acordo entre Moscou e Washington, prevê a eliminação da totalidade do arsenal químico sírio até 30 de junho.

O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu na sexta-feira em Berlim ao presidente sirio, Bashar al-Assad, que respeite suas obrigações internacionais. Também advertiu sobre as consequências caso não respeite. A ONU prevê de sanções até ações militares.

Na região, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) começou a fornecer vacinas contra a pólio no campo sírio de refugiados de Yarmuk.

Segundo uma ONG, pelo menos 88 pessoas morreram de fome e por falta de cuidados médicos neste campo, cercado durante meses pelo exército sírio, antes de um acordo que permitiu o envio de alimentos e remédios.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação