Agência France-Presse
postado em 08/02/2014 14:31
Em alguns dos cartazes mostrados pelas manifestantes era possível ler "Rosários e parlamentares, fora dos meus ovários", em relação à suposta pressão da Igreja católica espanhola nesta reforma. Os bispos espanhóis classificaram de avanço positivo o projeto, aprovado pelo conselho de ministros no dia 20 de dezembro, que modifica a lei do aborto aprovada em 2010 sob o governo socialista anterior.
Esta permite atualmente a interrupção voluntária da gravidez até as 14 semanas a todas as mulheres e até as 22 semanas em caso de malformação do feto. A reforma, no entanto, anula estes prazos e aceita apenas dois motivos para que o aborto seja legal na Espanha: estupro ou grave perigo para a saúde física ou psíquica da mãe.
O novo texto, que foi denunciado como um retrocesso pelas feministas e pela oposição de esquerda, não contempla, diferentemente da primeira lei do aborto da democracia espanhola, aprovada em 1985, a interrupção da gravidez em caso de malformação do feto. "A lei quer nos fazer voltar 40 anos", afirmava uma manifestante, Concha Merín, de 42 anos, que viajou da região de Extremadura, no oeste do país, para participar do protesto em Madri.