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Ucraniano que tentou desviar avião para Sochi estaria "perturbado"

Kozlov é alvo de uma investigação por "ameaça de cometimento de ato terrorista"

postado em 08/02/2014 17:07
Kiev - O ucraniano que na sexta-feira tentou desviar um avião turco em direção a Sochi parecia "perturbado e dizia querer salvar o presidente Viktor Yanukovytch, refém", segundo ele, de seu colega russo Vladimir Putin, indicou neste sábado uma autoridade regional. O homem, Artem Kozlov, "deveria ser examinado por psiquiatras", considerou Ivan Vartchenko, conselheiro regional de Kharkiv (Ucrânia) e membro do partido de oposição Batkivchtchina (Pátria).

Kozlov é alvo de uma investigação por "ameaça de cometimento de ato terrorista", segundo os serviços especiais ucranianos. Passageiro de um voo que cobria o trajeto entre Kharkiv e Istambul, ele tentou entrar na cabine de voo gritando "Vamos a Sochi", onde os presidentes russo e ucraniano assistiam à abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, mas foi detido após o pouso na Turquia.

[SAIBAMAIS]Foi aberta uma investigação por "ameaça de ato terrorista e tentativa de desvio de avião". Segundo Vartchenko, Kozlov, que é graduado da Universidade Aerospacial de Khardiv, vinha tendo um "comportamento anormal", ele teria dito a várias pessoas que o presidente ucraniano era "refém" do presidente russo e que era urgente "salva-lo".

Mas segundo Maxime Lenko, chefe do departamento de investigação dos serviços especiais ucranianos (SBU), o homem "exigia o desvio do avião para Sochi, onde estavam Putin e Yanukovytch que, segundo ele, têm as mãos manchadas de sangue".

Os confrontos em Kiev deixaram ao menos quatro mortos e 500 feridos em janeiro. O responsável pelos serviços especiais afirmou que o homem, nascido em 1969, residia em Kharkiv. "Exigia a libertação de todos os reféns na Ucrânia e ameaçava, caso isso não ocorresse, explodir o avião".

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A oposição ucraniana considera como reféns os manifestantes detidos durante os protestos contra o governo. Também está sendo investigado se o homem estava embriagado, como afirmaram na sexta-feira os serviços especiais.

O cônsul-geral da Ucrânia em Istambul falou com os passageiros e transmitiu a Kiev o que haviam dito a ele. Segundo eles, a tripulação disse inicialmente ao homem que cumpriria suas exigências e a aeronave deu duas voltas antes que dois tripulantes conseguissem imobilizá-lo e o avião pousasse em Istambul, escoltado por dois caça-bombardeiros turcos.

"Sabemos que depois do pouso não foram encontrados explosivos ou armas", acrescentou Lenko.

Na Turquia, a polícia antiterrorista turca interrogava neste sábado o homem.

"Este indivíduo está atualmente (nas dependências) da polícia antiterrorista", afirmou à AFP uma fonte policial, sem fornecer mais detalhes.

Os investigadores querem conhecer o motivo e se o homem contava com cúmplices na Turquia ou no exterior, informaram as redes de televisão.

O presidente do Comitê Organizador dos Jogos, Dimitri Chenychenko, afirmou neste sábado em uma coletiva de imprensa que não existiu nenhuma ameaça sobre a cerimônia de abertura dos Jogos, que ocorreu na noite de sexta-feira diante da presença do presidente russo Vladimir Putin.

"Ouvimos falar deste incidente, não houve nenhuma ameaça. Sei que as autoridades ucranianas e turcas fizeram o necessário para resolvê-lo", explicou.

O homem comparecerá a um tribunal que ditará provavelmente prisão preventiva contra ele.

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