O candidato do governo superou dois rivais antinucleares, Kenji Utsunomiya, um advogado apoiado pelo Partido Comunista, e Morihiro Hosokawa, um ex-primeiro-ministro (1993-94) apoiado por outro ex-chefe de governo, Junichiro Koizumi. No total, 16 candidatos concorriam ao cargo. Durante a campanha, a dupla Hosokawa-Koizumi e Utsunomiya tentou transformar a eleição em um referendo a favor ou contra a energia nuclear, procurando capitalizar a oposição ao átomo, após o grave acidente da central de Fukushima em 2011, provocado por um tsunami.
Masuzoe respondeu à manobra se esforçando para chamar a atenção do eleitorado para a preparação dos Jogos Olímpicos de 2020 e para os desafios econômicos e sociais que aguardam a capital. "Quero fazer de Tóquio a cidade número um do mundo em questões como a prevenção de catástrofes naturais, os benefícios sociais e a economia", disse Masuzoe à imprensa. "E, sobretudo, garantirei o sucesso dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020", prometeu.
Masuzoe, também conhecido por ter sido comentarista na televisão e por ter publicado livros sobre política e história, concorreu às eleições apoiado pelo Partido Democrático Liberal do primeiro-ministro Shinzo Abe. O chefe de governo apoia, desde que chegou ao governo, no fim de 2012, a reativação dos reatores nucleares do arquipélago, parados por precaução depois do acidente de Fukushima.
Mas, ainda apoiando a energia nuclear, o executivo de Shinzo Abe reconhece a necessidade de reduzir a parcela desta energia na produção total de eletricidade. Interrogado sobre o tema da energia, o novo governador disse que lhe parece "importante reduzir pouco a pouco a parcela da energia nuclear" no fornecimento elétrico. "Gostaria de aumentar a parcela das energias renováveis em Tóquio a 20% da eletricidade produzida, contra os 6% atuais", disse Masuzoe.
A participação foi muito baixa, em uma eleição na qual estavam convocados mais de dez milhões de eleitores. Meia hora antes do fechamento dos colégios eleitorais, era estimada em apenas 34%, dez pontos a menos que na eleição anterior para governador da capital japonesa. A baixa participação pode ser explicada pela maior nevasca em quase meio século que atingiu Tóquio no sábado. Neste domingo, a cidade estava coberta por uma camada de 30 centímetros de neve.
A eleição foi precipitada pela renúncia do governador anterior, Naoki Inose, que reconheceu ter recebido 50 milhões de ienes (meio milhão de dólares) de um magnata. O novo governador terá um orçamento equivalente ao da Suécia para administrar uma megalópole de 13 milhões de habitantes.
Além da preparação dos Jogos Olímpicos, terá o desafio de responder ao envelhecimento da população e à ameaça sísmica, e de manter a atratividade comercial e cultural de um dos principais polos financeiros do mundo.