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Advogado acusa governo paquistanês de sequestrar ativista anti-drones

"A polícia negou tê-lo capturado. Não há registros de sua prisão, parece ter sido trabalho das agências de inteligência", explicou Akbar

Agência France-Presse
postado em 10/02/2014 15:48
Um ativista paquistanês contrário ao uso de aviões não-tripulados "desapareceu" da cidade de Rawalpindi, dias antes de um encontro com parlamentares europeus, segundo seu advogado, que nesta segunda-feira (10/2) acusou o governo de tê-lo sequestrado ilegalmente.

Kareem Khan, que teve um irmão e um filho adolescente mortos num ataque de drone em dezembro de 2009, foi capturado por agentes do governo no dia 5 de fevereiro, e não é visto desde então, informou o advogado Shahzad Akbar.

[SAIBAMAIS]Akbar explicou que entre 15 e 20 homens, alguns com uniformes da Polícia, prenderam Khan, que está envolvido em um processo contra o governo paquistanês pela morte de seus parentes.

"A polícia negou tê-lo capturado. Não há registros de sua prisão, parece ter sido trabalho das agências de inteligência", explicou Akbar.

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"Os homens não revelaram sua identidade, e não deram motivo alguma para a detenção. A esposa do sr. Khan e seu filho estavam presentes, além de um vizinho", acrescentou. Um oficial da polícia, que pediu para não ser identificado, negou que a polícia seja responsável pelo sumiço.

Em seu processo, Khan argumentava que os ataques de drones são assassinatos, segundo as leis locais. A próxima audiência estava marcada para terça-feira.

O ativista também deveria viajar para a Europa no próximo sábado, onde conversaria com congressistas alemães, holandeses e ingleses sobre sua experiência pessoal com os ataques aéreos e o impacto que eles causam no país.

Segundo um levantamento da AFP, 2.155 pessoas foram mortas em ataques de aviões não-tripulados desde agosto de 2008. Críticos denunciam que muitos civis estão entre as vítimas.

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