Johannesburgo - A polícia sul-africana usou balas de borracha e bombas de efeito moral para seguidores do ANC, o partido do falecido Nelson Mandela e que está no poder há 20 anos, e opositores que protestavam contra o desemprego.
A manifestação, convocada pela oposição liberal, a Aliança Democrática, reuniu simbolicamente 6.000 militantes em Johannesburgo para ironizar os seis milhões de empregos prometidos pelo ANC (Congresso Nacional Africano), perto da sede do partido governante.
Militantes do ANC usaram coquetéis molotov e pedras na polícia e nos integrantes da Aliança Democrática. A polícia respondeu com balas de borracha e bombas de efeito moral, perseguiu jovens militantes do ANC e formou um bloqueio entre os dois grupos. "A manifestação era bastante pacífica até que (militantes do ANC) jogaram pedras e coquetéis molotov", declarou o porta-voz policial Katlego Mogale.
Varios jovens, com camisas do ANC, foram detidos. Antes da manifestação, o ANC havia considerado que o percurso previsto era uma provocação e uma declaração de guerra contra a sede do partido governante. Depois de tentar, em vão, proibir a manifestação da oposição na justiça, o convocou uma contramanifestação.
A Aliança Democrática (AD) era um partido integrado principalmente por sul-africanos brancos, mas se transformou nos últimos quatro anos em uma formação multirracial e virou uma alternativa para eleitores negros insatisfeitos com o ANC.
A África do Sul terá eleições gerais em 7 de maio e o partido com maioria no Parlamento levará a presidência.
Desde a vitória em 1994, quando a maioria negra votou pela primeira vez na história da África do Sul, o ANC venceu todas eleições graças à fidelidade de muitos eleitores ao partido que os salvou do regime racista do apartheid. Mas com o passar dos anos, o ANC, afetado por vários casos de corrupção e acusado de incompetência, passou a perder votos. Mas continua sendo o favorito para as eleições.