Agência France-Presse
postado em 12/02/2014 14:50
A oposição síria apresentou um documento sobre a transição política na reunião realizada nesta quarta-feira (12/2) em Genebra entre delegações do regime de Damasco e opositores, com a mediação das Nações Unidas. A delegação do governo sírio não reagiu ao documento, e limitou-se a seguir falando da luta contra o terrorismo.[SAIBAMAIS]Para Louai Safi, porta-voz da delegação da oposição, "não houve debate sobre nada" com o regime na sessão desta quarta-feira, na segunda rodada de negociações, iniciada na segunda-feira e que até agora não gerou o menor acordo. Esta rodada terminará na sexta-feira.
O documento apresentado pela oposição tem 22 pontos, entre os quais figuram a constituição de uma autoridade governamental de transição, o estabelecimento de um cessar-fogo, a libertação dos prisioneiros, o acesso em todas as partes do país da ajuda humanitária e a saída de combatentes estrangeiros, tanto de uma parte quanto da outra.
Este documento, ao qual a AFP teve acesso, prevê que a autoridade deverá preparar a eleição de uma assembleia constituinte, que elaborará uma Constituição submetida a referendo. A autoridade cederá posteriormente o poder ao governo constituído com base nesta Constituição.
O documento, de quatro páginas em sua versão em inglês, não diz uma palavra sobre o presidente Bashar al-Assad, cuja saída do poder é exigida pela oposição.
"Consideramos que é óbvio que Assad e seus seguidores não terão nenhum papel na autoridade governamental de transição, já que esta autoridade está dotada de plenos poderes. Na Síria atual o presidente tem os plenos poderes. Portanto, isso significa que não haverá presidente" durante a transição, explicou à AFP Monzer Akbik, um conselheiro da delegação opositora.