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Nevascas paralisam Washington e deixam 10 mortos nos Estados Unidos

A tempestade de neve atinge o leste do país. A previsão é de que 800 mil casas e empresas fiquem sem eletricidade nesta quinta-feira

Agência France-Presse
postado em 13/02/2014 13:44
Um homem fotografa a neve que cobriu o Lincoln Memorial , em Washington

Washington -
Washington amanheceu nesta quinta-feira (13/2) paralisada por uma espessa camada de neve que deixa escolas e escritórios públicos fechados, ônibus parados e trânsito impossível, como consequência de uma tempestade de neve que atinge o leste dos Estados Unidos e que já deixou uma dezena de mortos.

[SAIBAMAIS]Trata-se de um inverno particularmente duro nesta região do país, e, de acordo com a imprensa americana, 800 mil casas e empresas ficarão sem eletricidade nesta quinta-feira, especialmente no leste e no sudeste do país. O site especializado Flightaware informou que mais de 4.500 voos foram cancelados na manhã desta quinta-feira desde ou para os Estados Unidos, além dos 3.700 suspensos na quarta-feira.



Um pedestre caminha em direção ao edifício do Capitólio dos EUA, nas ruas desertas por conta da grande tempestade de neve que atinge Washington

A empresa que administra a circulação de trens, Amtrak, também cancelou a operação de diversas vias. No centro de Washington, a circulação era na manhã desta quinta-feira extremamente difícil pela quantidade de neve acumulada pela precipitação durante a noite, de mais de 30 centímetros. As principais avenidas da cidade estavam praticamente vazias, e os raros pedestres que tentavam chegar ao trabalho precisavam enfrentar enormes montes de neve e caminhar lentamente pelo meio da rua para evitar as calçadas intransitáveis.

Todas as escolas da região e a maioria absoluta dos escritórios públicos já haviam alertado na noite de quarta-feira que não abririam suas portas nesta quinta-feira. Durante a manhã, a maioria das lojas também estavam fechadas. O Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) havia alertado nos últimos dias para a proximidade de um "domo gigantesco" de corrente de ar frio proveniente do Ártico e que se instalaria sobre uma parte dos Estados Unidos criando uma tempestade glacial capaz de paralisar vários Estados.

O NWS chegou a adiantar um conselho para os corajosos que pretendiam viajar de carro: "se precisar sair às ruas, inclua uma lanterna extra, e deixe água e alimentos no interior do veículo", sugerindo a possibilidade de longos períodos preso na neve ou no gelo.

Milhares de motoristas bloqueados

Motoristas enfrentam congestionamento em rodovia de Charlotte, por conta da neve nas que cobre as pistas da Carolina do Norte

O Serviço destacou que a tempestade pode continuar em direção ao nordeste dos Estados Unidos no decorrer do dia e na sexta-feira. De acordo com a rede CNN, a tempestade já deixou um saldo de 10 mortos, a maioria como consequência de acidentes nas estradas. Na quarta-feira o presidente Barack Obama decretou o estado de emergência em 45 condados de Geórgia e Carolina do Sul, uma medida que permite aos serviços federais iniciar sua operação de emergência.

Na Carolina do Norte, onde o clima normalmente é mais ameno, a queda de neve provocou dificuldades nas estradas, onde milhares de motoristas ainda estão bloqueados. O governador, Pat McCrory, aconselhou os funcionários públicos a não sair às ruas: "Se você está em um local quente e seguro, permaneça nele", aconselhou. Há duas semanas, a Geórgia já havia sofrido uma forte tempestade, na qual a gestão de suas autoridades havia sido criticada, já que centenas de estudantes foram obrigados a dormir em sua escola devido ao bloqueio de estradas com neve.

Para evitar que este cenário se repita, o governador da Geórgia, Nathan Deal, decretou na terça-feira o estado de emergência e mobilizou uma frota de caminhões para lançar sal nas estradas antes da chegada da tempestade. Várias localidades da região já prepararam igrejas ou centros para receber os desabrigados. O inverno foi particularmente forte neste ano nos Estados Unidos, e com consequências inesperadas: a sociedade ADP afirmou na semana passada que as más condições climáticas afetaram o crescimento do emprego. Já os preços do petróleo foram impulsionados à alta.

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