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Comcast e Time Warner confirmam fusão de US$45 bilhões e geram preocupação

O presidente e chefe-executivo da Comcast, Brian Roberts, disse que o plano permitiria que a Comcast implantasse novas tecnologias para entregar conteúdo por streaming e usar internet na nuvem, com maior eficiência

Agência France-Presse
postado em 13/02/2014 19:15
A Comcast revelou planos para adquirir a Time Warner Cable por US$45 bilhões em um acordo de fusão entre as duas maiores operadoras de cabo, gerando preocupações sobre o poderoso conglomerado e seu controle sobre a mídia.

As notícias do acordo de US$45,2 bilhões geraram preocupações regulatórias sobre o alcance da Comcast, que possui as divisões de filmes e televisão da NBCUniversal e é uma das maiores operadoras de internet a cabo.

O presidente e chefe-executivo da Comcast, Brian Roberts, disse que o plano permitiria que a Comcast implantasse novas tecnologias para entregar conteúdo por streaming e usar internet na nuvem, com maior eficiência.

As empresas disseram que, ao se fundir, as empresas economizariam US$1,5 bilhão em custos trazendo à tona novos serviços e produtos.

A fusão mutuamente acordada é um triunfo para a Comcast sobre sua rival Charter Communications,a quarta maior operadora a cabo do país, e da Liberty Media Corp, sua maior acionista.

O acordo representa uma oferta de US$158,82 por ação, cerca de US$23 acima do valor que a TWC negociava e bem acima da oferta da Charter de US$132,50 por ação, que foi rejeitada como muito baixa. A Comcast já domina no setor a cabo com cerca de 22 milhões de assinantes de vídeo.



A Time Warner Cable, que se tornou uma empresa independente em 2009, do conglomerado de mídia-entretenimento, tem 12 milhões.

As empresas disseram que o acordo de fusão está sujeito à aprovação dos acionistas de ambas as empresas e a uma revisão regulatória.

Contudo, a notícia gerou preocupações imediatas sobre a criação de uma força dominante que abarque o cabo, a internet e o fluxo de conteúdo nas redes.

John Bergmayer, do grupo de defesa do consumidor Public Knowledge pediu a autoridades anti-truste e à Comissão Federal de Comunicações para bloquear o acordo.

"Se a Comcast controlar a Time Warner Cable, isso renderia um poder sem precedentes em muitos mercados importantes", alertou.

Ele disse que uma Comcast maior "seria o valentão no pátio da escola, capaz de ditar as normas aos criadores de conteúdo, empresas de internet e outras redes de comunicação e distribuidores".

Craig Aaron do grupo Free Press apontou preocupações similares, dizendo que daria à Comcast uma parcela dominante do mercado de TV paga dos EUA e um mercado para vídeo, voz e serviços de internet.

"Os americanos já odeiam ter que lidar com o cara do cabo, mas esse acordo seria o cara do cabo com esteroides, bombado, imparável e agarrando sua carteira", disse Aaron.

A Comcast disse que, para lidar com as preocupações de competitividade, está preparada para vender sistemas que atendem três milhões de assinantes, abrindo mão de um ganho líquido de cerca de oito milhões.

Isso traria o total de assinantes da Comcast a cerca de 30 milhões, disse a empresa. Analistas disseram que os reguladores devem aprovar o acordo, mas impor condições. "Embora não vejamos nenhum obstáculo fundamental para o acordo, as condições devem ser feitas à nova empresa para amplificar e estender os tipos de condições que foram feitas ao acordo Comcast_NBCU em 2010 com objetivo de promover a concorrência no vídeo e online", disse o analista da RBC Capital Markets, Jonathan Atkin.

A fusão de 2010 requer da Comcast e NBCU oferecer seu conteúdo a outros fornecedores de vídeo a preços não-discriminatórios, não discriminar os concorrentes por meio de seus conversores e não tomar medidas para restringir a distribuição de seus programas e filmes.

Mike McCormack da Jefferies disse que a privação de algumas operações a cabo "deve aliviar algumas preocupações" pelos reguladores.

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