O secretário americano de Estado, John Kerry, pediu nesta sexta-feira à China mais transparência, em referência à instauração unilateral de uma "zona de identificação de defesa aérea" no mar da China Oriental, que provocou tensões na região.
"Expressamos claramente nossa opinião sobre os anúncios unilaterais", declarou Kerry em Pequim, onde se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, e com o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi. "Esperamos que as futuras medidas (das autoridades chinesas) sejam tomadas de forma aberta, transparente", acrescentou o secretário americano de Estado.
[SAIBAMAIS]Kerry realiza sua quarta viagem em um ano a este continente chave para a diplomacia dos Estados Unidos, num momento em que as reivindicações territoriais de Pequim na Ásia inquietam cada vez mais o Japão e as Filipinas. A China desencadeou uma tempestade diplomática com a instauração unilateral em novembro de 2013 de uma zona de identificação de defesa aérea em grande parte do mar da China Oriental, cujo traçado inclui as ilhas sob controle japonês reivindicadas por Pequim.
A situação se deteriorou com a visita no dia 26 de dezembro do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ao santuário de Yasukuni, em Tóquio. Para a China, este local simboliza a ocupação japonesa de seu país durante a Segunda Guerra Mundial. Além disso, Pequim reivindica quase a totalidade do mar da China Meridional, onde sua Marinha exerce, segundo os analistas, uma pressão crescente ao redor das ilhas reivindicadas pelas Filipinas.
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O Departamento de Estado americano advertiu anteriormente Pequim que uma nova zona de defesa aérea no mar da China Meridional seria "um ato provocativo e unilateral, que aumentaria as tensões". Pequim apelou para a sua soberania em matéria de defesa. "A China, como Estado soberano, conta com toda a legitimidade para atuar em relação a sua defesa aérea, incluindo a colocação em andamento de uma zona de identificação de defesa aérea", afirmou o chefe da diplomacia chinesa. Neste encontro, os Estados Unidos buscam obter garantias de Pequim para evitar uma piora da situação.
"Convocamos todos, não apenas a China, a dar passos para evitar todo tipo de provocações e para trabalhar com as ferramentas legais disponíveis", afirmou o chefe da diplomacia americana. Em sua visita na quinta-feira a Seul, Kerry também indicou que as ilhas administradas pelo Japão sob o nome de Diaoyu estão regidas por tratados de segurança, que preveem a intervenção dos Estados Unidos em caso de ataque de um terceiro país. Depois de visitar Seul em Pequim, Kerry prosseguirá seu giro asiático na Indonésia e em Abu Dhabi.