Agência France-Presse
postado em 14/02/2014 15:53
Islamabad - Representantes do governo do Paquistão e do Talibã demonstraram nesta sexta-feira (14/2) preocupação com os ataques que vêm ocorrendo no país, concordando em suspender ações que possam comprometer as atuais negociações de paz. O Talibã paquistanês reivindicou a autoria de um atentado à bomba que matou 12 policiais na cidade de Karachi na quinta-feira (13/2), o último de uma série de ataques quase diários desde que o governo sugeriu conversas para encerrar o conflito que já dura sete anos."As duas comissões expressaram profundo pesar pelas ações violentas, e declararam que incidentes como esse têm um impacto negativo nos esforços pela paz", indicou uma declaração conjunta, divulgada depois que os dois lados se reuniram nesta sexta. "Sobre o incidente em Karachi, o governo declarou que será difícil manter as negociações com atividades como essa", indica o texto.
"Por isso, o Talibã precisa anunciar a interrupção de qualquer tipo de ação contrária à paz", exigiu o governo, de acordo com o comunicado, explicanco que o grupo havia concordado com o pedido. Os talibãs também pediram que as autoridades também não ajam de forma a criar um conflito. "Para uma paz duradoura, nenhum lado deve usar a força", ressaltou o Talibã.
O chefe da delegação dos insurgentes, Maulana Samiul Haq, convocou uma reunião de líderes religiosos para sábado, com o objetivo de deixá-los a par das negociações. O conflito deixou sete mil mortos desde 2007, de acordo com um levantamento da AFP. Um surto de violência em 2014 já deixou 130 mortos.
Depois de um bombardeio a um esconderijo do Talibã em Waziristão do Norte, muitos acreditaram que uma ofensiva militar era iminente, mas o primeiro-ministro Nawaz Sharif anunciou as negociações. A estabilidade no país, que tem armas nucleares, é importante por sua proximidade com o Afeganistão, de onde as tropas da Otan estão saindo depois de uma ocupação de dez anos.
Washigton anunciou que está acompanhando atentamente as conversas. Os americanos pressionam o governo do Paquistão por uma ação militar contra o Talibã devido aos ataques cometidos pelo grupo às suas tropas no país vizinho.