Agência France-Presse
postado em 14/02/2014 19:21
Caracas - Centenas de estudantes venezuelanos fecharam ruas de Caracas, no terceiro dia consecutivo de manifestações contra o governo de Nicolás Maduro, pedindo a liberação dos universitários detidos nos protestos de quarta-feira (12/2), que deixaram três mortos e mais de 60 feridos."Estamos aqui outra vez para exigir a liberdade dos estudantes, e porque não podemos mais viver com tanta violência", explicou à AFP María Correia, estudante de 20 anos da Universidade de Santa Maria, no ato que ocupou parte da Avenida Francisco de Miranda, em Chacao, área metropolitana da capital.
[SAIBAMAIS]Os jovens agitavam bandeiras da Venezuela e exibiam cartazes com frases como "A Venezuela somos todos nós, liberdade aos estudantes" e "Queremos paz, violência nunca mais". "Povo, escuta, unam-se à luta", cantavam os participantes. Alguns usavam megafones para organizar o protesto, que se dirigiu até a sede da Organização dos Estados Americanos (OEA). Manifestações também foram convocadas em outras cidades.
Nesta sexta-feira (14/2), dirigentes estudantis anunciaram que tinham sido liberados 60% das cerca de 100 pessoas detidas na quarta, quando milhares de universitários, acompanhados de líderes da oposição, protestaram contra a insegurança e a instabilidade econômica. Foi o maior ato contra Maduro registrado em seu governo. Na ocasião, três pessoas morreram e 66 ficaram feridas.
Manifestantes radicais, alguns com rostos cobertos, depredaram um prédio do Ministério Público, onde estudantes opositores estavam concentrados. O governo afirmou que os atos de violência foram resultado de ações de "grupos de ultradireita infiltrados", que querem provocar "um golpe de Estado" na Venezuela.