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Novo governo é formado no Líbano depois de 10 meses de bloqueio

O novo gabinete de 24 ministros será presidido pelo primeiro-ministro Tammam Salam, anunciou o secretário-geral do governo Suheil Buji

Agência France-Presse
postado em 15/02/2014 09:24
Beirute - O Líbano formou neste sábado um novo governo de consenso que reúne pela primeira vez em três anos o movimento xiita Hezbollah e a força liderada pelo ex-primeiro-ministro Saad Hariri, informaram fontes oficiais.

O novo gabinete de 24 ministros, que põe fim a uma crise de quase um ano exarcebada pelo conflito sírio que divide profundamente o país, será presidido pelo primeiro-ministro Tammam Salam, anunciou o secretário-geral do governo Suheil Buji.

"É um governo unificador e é a melhor fórmula que permite ao Líbano enfrentar os desafios", afirmou Tamman Salam, que foi designado para formar o governo em abril passado.

Ao término de intensas negociações, o Hezbollah e seu aliados conseguiram oito ministros, entre eles o das Relações Exteriores, e a coalizão de "14 de março" de Hariri o mesmo número entre os quais a pasta do Interior.

[SAIBAMAIS]

Os oito ministros restantes são figuras ligadas ao presidente Michel Sleiman, considerado neutro, ou ao dirigente druso Walid Jumblat, considerado centrista. Desta forma, nenhum dos dois grupos adversários terá direito a veto sobre as decisões do governo.

Em 21 de janeiro passado, Hariri declarou que estava disposto a participar em um governo que incluísse ministros do Hezbollah, o que significava uma mudança em relação a declarações anteriores.

A participação em um governo com ministros do Hezbollah é uma grande concessão de Hariri, que acusa o movimento xiita de estar por trás do assassinato de seu pai, Rafic Hariri, assinalaram fontes do "14 de Março".

Hariri justificou sua mudança de posição afirmando que o objetivo é salvar o país da instabilidade provocada pelo conflito sírio.

O Hezbollah está envolvido militarmente na Síria, onde participa nos combates junto ao exército sírio, atitude criticada por seus detratores.

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Hariri aceitou, além disso, retirar a candidatura do general reformado Achraf Rifi, ex-chefe da polícia libanesa, ao ministério do Interior devido ao veto do Hezbollah.

Finalmente, o ministério ficou nas mãos de Nuhad al Machnuk, um deputado fiel a Hariri e Rifi foi nomeado ministro da Justiça. Por sua parte, o movimento de Michel Aun, aliado do Hezbollah, recebe dois ministérios muito ambicionados, o das Relações Exteriores e o da Energia.

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