Agência France-Presse
postado em 15/02/2014 14:27
Buenos Aires - O ministro de Defesa da Argentina, Agustín Rossi, admitiu que o país sul-americano é produtor de droga ao formular uma análise sobre o avanço do narcotráfico, segundo a imprensa local neste sábado."A Argentina é um país de consumo (de drogas ilícitas), mas o que é mais grave, é que não só há consumo, como também produção; é aí que os esforços de toda tarefa de inteligência criminal devem ser colocados", disse em declarações à Rádio Rivadavia reproduzidas pelos principais jornais.
Trata-se da primeira vez que o fato é admitido publicamente pelo governo de Cristina Kirchner, embora vários setores, incluindo a Igreja Católica argentina, já tinham feito alertas nesse sentido.
[SAIBAMAIS]
"Há anos se tinha um olha só para as fronteiras sobre a problemática (do narcotráfico) porque acreditava-se que o problema era evitar que a droga entrasse" no país, disse. A Argentina "antes era um país de trânsito. Agora é de consumo e elaboração", de drogas, disse.
O ministro admitiu, além disso, "um crescimento exponencial do narcotráfico" na província de Santa Fe de onde ele é oriundo e a qual representou no Congresso como deputado, antes de assumir o Ministério.
Santa Fe, governada pela oposição socialista, foi nos últimos tempos epicentro de enfrentamentos e ajustes de contas entre grupos criminosos que a polícia identifica com o narcotráfico, embora também já houve incidentes similares na periferia de Buenos Aires e em outros distritos.
"Não são organizações que se instalaram em Santa Fe para o tráfico de drogas, mas sim que já vinham agindo no mundo do crime e o que fizeram foi mudar de rumo", avaliou o ministro que perdeu as últimas eleições como candidato a governador dessa província.
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Segundo estatísticas oficiais, no ano passado, foram desarticuladas pelo menos uma dezena de laboratórios clandestinos em distintos pontos do país onde foram elaborados vários tipos de entorpecentes e drogas sintéticas.