Agência France-Presse
postado em 16/02/2014 13:31
Roma - Matteo Renzi, o jovem líder do Partido Democrata, foi convocado neste domingo (16/2) para se apresentar na segunda-feira à presidência da República, e antes mesmo de quase que com certeza ser nomeado o próximo chefe de governo italiano, já enfrenta os primeiros obstáculos na formação de sua equipe.
O presidente da República, Giorgio Napolitano, deverá encarregá-lo oficialmente nesta segunda-feira a formação de um novo executivo, segundo a maioria dos meios de comunicação italianos.
O jovem prefeito de Florença, 39 anos, que saiu no sábado apenas para assistir a partida disputada pela Fiorentina, continua com suas consultas para formar o governo, mas estas se tornaram mais complicadas que o previsto por causa das reticências de seus aliados de direita e de seus amigos de esquerda.
O primeiro revés nas consultas chgou pels mãos de seu amigo Alessandro Baricco, autor do famoso romance "Seda" (1996) e que, no sábado, negou a proposta de Renzi para ocupar o ministério da Cultura.
O delegado conselheiro do grande grupo internacional de óptica Luxottica, Andrea Guerra, também disse não a Renzi, que queria confiar a ele o ministério do Desenvolvimento Econômico.
O ministério da Economia é outro problema para o jovem prefeito, que precisa designar "um político de peso, mas competente, com autoridade e credibilidade em Bruxelas e no Banco Central Europeu", segundo o Corriere della Sera.
A Itália, a terceira economia da zona euro, contou com 0,1% de crescimento no último trimestre de 2013.
"Primeiros obstáculos para Renzi, negociações difíceis com Angelino Alfano, vice-primeiro-ministro e líder do Novo Centro Direita (NCD), que impôs condições para entrar no novo governo e cujo apoio é determinante, segundo o Corriere.
"Equipe e aliados, os nós de Renzi", afirma La Stampa enquanto que Il Fatto Quotidiano estampou em sua primeira página um irônico "Ai, ai, ai, Renzi, a coisa complicou".
Renzi tem pressa em chegar ao pode depois de ter forçado, na quinta-feira, a demissão do até então primeiro-ministro, seu companheiro de partido Enrico Letta.
O líder do PD estava convencido, segundo a imprensa, que o presidente Napolitano o encarregaria de formar o governo na noite de sábado, ao final de uma série de consultas com os principais líderes políticos do país.
Mas alguns destes dirigentes, que desconfiam do jovem político que há apenas uma semana afirmava sua intenção de apoiar o governo Letta, quiseram mostrar que ele precisa satisfazer suas exigências ao carecer de maioria no parlamento.
O mais explícito foi Alfano, que se declarou disposto a participar em um futuro governo de Renzi sob duas condições.
A primeira que "o eixo da atual coalizão ;anormal; direita-esquerda não se desloque para a esquerda".
A segunda condição é "fazer grandes coisas para tirar o país da crise, insistindo na classe média".
"Mas para fazer coisas grandes, é necessário tempo. Não se pode alcançar um acordo [com Matteo Renzi] em 48 horas e uma vez se tenha conseguido, será preciso colocá-lo no papel", advertiu Alfano.