Jerusalém - O presidente israelense, Shimon Peres, saudou a seriedade para com a paz que seu colega palestino Mahmud Abbas mostrou ao fazer comentários sobre a questão dos refugiados, ao receber nesta segunda-feira (17) o presidente peruano Ollanta Humala em Jerusalém. "Fiquei feliz em ouvir" Abbas por sua seriedade em alcançar a paz, declarou Peres, citado por seu gabinete, no início de um encontro com Humala.
O presidente do Peru está em visita de Estado em Israel desta segunda até quarta-feira (19), e deve se reunir com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e com um grupo de 60 empresários israelenses, entre outros. Em uma conferência diante de 250 estudantes israelenses em Ramallah no domingo, Abbas declarou que não tem a intenção de inundar Israel com refugados palestinos atualmente residentes em países vizinhos. Também disse que não é preciso voltar a dividir Jerusalém, como foi o caso entre 1948 e 1967, para estabelecer a capital de um futuro Estado palestino na parte oriental da cidade, de maioria árabe.
A questão do retorno dos refugiados palestinos, que fugiram ou foram obrigados a abandonar suas terras após a criação do Estado de Israel, em 1948, e na Guerra dos Seis Dias, em 1967, é uma das mais difíceis nas atuais negociações de paz com Israel, apadrinhadas pelos Estados Unidos.
Na reunião desta segunda-feira, Peres e Humala falaram do processo de paz e da crescente cooperação econômica, científica e agrícola entre os dois países, segundo um comunicado do gabinete do presidente israelense. Humala deve almoçar nesta segunda-feira com Netanyahu, e depois visitará o Parlamento e o museu do Holocausto de Yad Vashem, em Jerusalém. Durante a noite jantará com Peres.
Na terça-feira, Humala se reunirá com Abbas em Ramallah, e visitará Belém, para retornar posteriormente a Israel e se reunir com o chanceler Avigdor Lieberman.
Na quarta-feira participará de um evento de promoção econômica diante de 60 empresários israelenses, e na quinta-feira iniciará uma visita oficial de dois dias ao Catar.
Israel foi aceito na semana passada como Estado observador da Aliança do Pacífico, um bloco comercial no qual participam Chile, Colômbia, México e Peru.