postado em 18/02/2014 16:01
A União Europeia, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e vários países condenaramnesta terça-feira (18/2) a escalada de violência em Kiev, capital ucraniana, onde morreram pelo menos nove pessoas ; sete civis e dois policiais ; em confrontos entre autoridades e manifestantes da oposição.
;Estou muito preocupada com a nova e alarmante escalada [de violência] em Kiev;, disse a alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Segurança, Catherine Ashton, em comunicado à imprensa. ;Condeno qualquer uso da violência; e ;exorto as autoridades ucranianas a atacar as raízes da crise;, afirmou a chefe da diplomacia europeia.
No comunicado, ela ressalta que as decisões políticas devem ser tomadas no Parlamento e que os responsáveis políticos têm de assumir suas responsabilidades para restabelecer a confiança e criar condições para uma solução duradoura para a crise política. Essa solução deve incluir ;a formação de um novo governo de unidade;, ;progressos para uma reforma constitucional; e ;os preparativos para eleições presidenciais transparentes e democráticas;, concluiu Catherine.
Também o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, manifestou preocupação com a volta da violência à Ucrânia. Rasmussen apelou ;a todas as partes para que se abstenham de qualquer violência e retomem sem demora o diálogo;.
[SAIBAMAIS]Após várias semanas de calma, nesta terça-feira, Kiev voltou a ser palco de violentos confrontos entre ativistas antigovernamentais e forças de segurança. Segundo a polícia, os confrontos fizeram pelo menos nove mortos. O governo ucraniano deu um ultimato aos manifestantes para que se desmobilizassem e deixassem as ruas na tarde desta terça-feira, mandando que a polícia de choque avançasse até o principal ponto de concentração.
Vitali Klitschko, um dos líderes da oposição, pediu que mulheres e crianças abandonassem a Praça da Independência, um dos pontos de concentração dos ativistas antigovernamentais, no centro da capital. A circulação no metrô de Kiev foi interrompida.
Além das instituições europeias e internacionais, alguns países, como a França e os Estados Unidos, manifestaram preocupação com os confrontos na capital ucraniana. Em comunicado, o governo francês condenou ;o regresso da violência a Kiev; e denunciou o ;uso indiscriminado da força, que provocou várias vítimas;. ;Peço a todas as partes que exerçam a máxima moderação e retomem imediatamente o caminho do diálogo", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, no comunicado.
A Casa Branca exortou o presidente ucraniano, Viktor Ianukovitch, a acabar com a escalada de violência na capital ucraniana, mas ressaltou que o recurso à força ;não resolverá a crise;. ;Estamos consternados com a violência em Kiev;, disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Laura Lucas Magnuson, apelando a Ianukovitch para retomar o diálogo com a oposição.
Desde o fim de janeiro, não se registavam confrontos entre manifestantes e policiais na Ucrânia.
A Rússia, entretanto, atribuiu a volta da violência à Ucrânia à política dos ocidentais, que encorajam esta escalada. ;O que está acontecendo é o resultado direto da política de apaziguamento dos políticos ocidentais e das estruturas europeias que, desde o início da crise, fecharam os olhos aos atos agressivos das forças radicais na Ucrânia, encorajando a escalada e as provocações contra o poder legal;, criticou, num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
A crise política na Ucrânia começou no fim de novembro quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do presidente Viktor Ianukovitch de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia.