Buenos Aires - O conglomerado argentino de comunicação Clarín iniciou nesta terça-feira (18/2) um processo de divisão em seis grupos de rádios e televisões, seguindo um acordo acertado com o governo da presidente Cristina Kirchner, depois de três anos de um duro conflito político e judicial.
Depois da decisão da Suprema Corte, que considerou constitucional a chamada "Lei dos Meios" em outubro de 2013, o órgão responsável pela regulação do setor audiovisual deu luz verde na segunda-feira (17/2) ao projeto apresentado pelo Clarín de se fragmentar, ajustando-se à lei anti-monopólios.
O grupo, crítico do governo, agora tem um prazo de 180 dias para concluir sua remodelação, e mostrar às autoridades quem serão os proprietários das seis unidades de mídia.
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"A mãe de todas as batalhas terminou. Ou melhor, quase terminou. E não da maneira que o governo imaginava, que era silenciar o Clarín", indicou a empresa em seu jornal de mesmo nome, em um editorial publicado nesta terça.
[SAIBAMAIS]"Com a desculpa de combater os monopólios, o governo tentou calar a dissidência", indicou o Clarín na publicação, fundada pela família Noble em 1945, que hoje é a mais lida do país e símbolo do grupo, que possui redes de televisão, rádios e canais de TV a cabo em todo o país, além de no Uruguai e no Paraguai.
Este processo de adaptação das redes de comunicação à nova lei audiovisual, sancionada em 2009, "é o início do fim das posições hegemônicas no mercado da comunicação", declarou o presidente do órgão regulador, Martín Sabbatella.
O governo peronista de centro-esquerda de Kirchner acusou durante quatro anos o grupo de se negar a cumprir a lei e a empresa denuncia que o governo tem o objetivo de submeter a imprensa crítica e silenciar as vozes dissonantes.