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"Qualquer ação externa precisa ser cautelosa", diz FHC sobre a Venezuela

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu esforços de apaziguamento entre a oposição e o governo de Nicolás Maduro

Rodrigo Craveiro
postado em 19/02/2014 08:16
FHC admitiu a influência da crise econômica na convulsão social do país vizinho ao Brasil
Em entrevista ao Correio, por e-mail, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso confirmou que teve o nome mencionado para uma possível comissão de investigação sobre abusos dos direitos humanos na Venezuela. Ele defendeu esforços de apaziguamento entre a oposição e o governo de Nicolás Maduro e admitiu a influência da crise econômica na convulsão social do país vizinho ao Brasil.

Como o senhor analisa o pedido de formação de uma comissão para zelar pelos direitos humanos?

Além dos nomes citados (o dele próprio, o de Óscar Arias, o de Ricardo Lagos e o de Ernesto Samper), também Felipe González (senador do México) foi indicado para, eventualmente, compor uma comissão. Precisamos verificar se há disposição verdadeira de diálogo, tanto por parte do conjunto dos líderes oposicionistas como do governo venezuelano. Em qualquer caso, cabe um apelo pela pacificação do país e pela manutenção das regras democráticas.



[SAIBAMAIS]De que forma o senhor examina a crise política na Venezuela e a decisão do Mercosul de dar respaldo a Maduro?
Não tenho suficientes informações para avaliar a profundidade da crise política. Parece claro, isso sim, que há descontrole econômico que gera instabilidade social e, eventualmente, política. O senhor acredita que há violações de direitos humanos e atropelo das cláusulas democráticas na Venezuela, ante a repressão exercida
pelo governo?Pela leitura do noticiário, parece que sim. Mas qualquer ação externa precisa ser cautelosa para não agravar mais uma situação já delicada.

Qual seria a saída para a crise venezuelana, na sua opinião?
Tampouco tenho informações que me permitam avaliar quais seriam as saídas. De qualquer maneira, é preciso um esforço de apaziguamento, de lado a lado, posto que situações de força são estranhas às democracias. Assim como é importante que as oposições se entendam quanto a métodos de luta e objetivos, no pressuposto de que as regras estatuídas devem ser preservadas, desde que sejam constitucionais e democráticas.

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