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Justiça argentina investigará se ex-presidente brasileiro foi assassinado

A apuração, solicitada pela Justiça do Brasil após o surgimento de indícios de que a morte de Goulart não teria sido natural, foi promovida pelo promotor federal Miguel Osório

postado em 19/02/2014 18:48

Denúncia foi feita pelo promotor da Justiça Federal brasileiro Ivan Claudio Marx, que forneceu documentos referentes à perseguição sofrida por Goulart e outros exilados brasileiros

A Justiça argentina vai investigar o possível assassinato do ex-presidente brasileiro João Goulart, ocorrido em dezembro de 1976, em uma fazenda na província de Corrientes, onde estava refugiado. Derrubado por um golpe militar em 1964, Goulart refugiou-se primeiro no Uruguai e depois na Argentina.

A apuração, solicitada pela Justiça do Brasil após o surgimento de indícios de que a morte de Goulart não teria sido natural, foi promovida pelo promotor federal Miguel Osório, no âmbito do processo que investiga a Operação Condor, de cooperação repressiva entre as ditaduras da região.

[SAIBAMAIS]A denúncia foi feita pelo promotor da Justiça Federal brasileiro Ivan Claudio Marx, que forneceu documentos referentes à perseguição sofrida por Goulart e outros exilados brasileiros.

Osório indiciou agentes da Polícia Federal da Argentina e do Exército Brasileiro, "dos quais ainda não foi revelada a identidade", segundo informa hoje o site www.fiscales.gov.ar (em espanhol).

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João Goulart foi presidente do Brasil entre 25 de agosto de 1961 e 31 de março de 1964, data em que foi derrubado por um golpe militar. Ele ficou exilado no Uruguai até 1973 e depois seguiu para a Argentina.

No dia 6 de dezembro de 1976, o ex-presidente morreu por uma duvidosa intoxicação na fazenda La Villa, na zona rural da localidade de Mercedes, província de Corrientes.

Uma das hipóteses investigadas foi de que o ex-presidente pode ter sido envenenado por medicação ingerida quando se hospedou no Hotel Liberty, em Buenos Aires.

Nova prova documental apresentada pelo jornalista Jair Krischke revelou que, em maio de 1976, o Ministério do Exército do Brasil pediu à polícia argentina que seguisse Goulart, o que reforça a hipótese de que sua morte foi obra de uma organização criminosa investigada no âmbito da Operação Condor.

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