Agência France-Presse
postado em 24/02/2014 16:02
Washington - Os Estados Unidos se negaram a comentar nesta segunda-feira as afirmações segundo as quais seus serviços de inteligência espionam centenas de proeminentes personalidades alemãs, mas não desmentiram tais atividades.As informações publicadas na edição dominical do jornal Bild, após a última disputa transatlântica sobre as revelações de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) americana interceptou as comunicações da chanceler Angela Merkel, entre outros governantes do mundo, é mais uma prova das tensas relações entre a Alemanha e os Estados Unidos.
[SAIBAMAIS]O Conselho de Segurança Nacional não confirmou nem negou as informações do jornal Bild de que Washington estaria espionando centenas de personalidades na Alemanha, incluindo um ministro, mas a porta-voz Caitlin Hayden reiterou que as agências americanas continuam a exercer suas funções normais.
Hayden afirmou que os órgãos de inteligência seguirão "reunindo informações sobre as intenções dos governos, ao contrário dos cidadãos comuns, de todo o mundo, exatamente como o fazem os serviços de inteligência de todas as outras nações".
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"Nós não vamos pedir desculpas porque nossos serviços são mais eficazes", disse. O relatório divulgado a partir de Berlim afirma que 320 líderes políticos e empresariais na Alemanha são espionados pela NSA, incluindo o ministro do Interior, Thomas de Maizi;re.
O jornal cita um funcionário da agência americana, que não quis se identificar, que afirmou que os espiões americanos tinham recebido ordens para não permitir que o fim da vigilância das comunicações de Merkel dificultasse a coleta de informações valiosas.
O relatório ecoa uma entrevista ao Der Spiegel do ministro das Relações Exteriores alemão, Frank - Walter Steinmeier, publicada no domingo, em que o chanceler expressou sua convicção de que os Estados Unidos haviam aprendido a lição após o escândalo da espionagem em massa.
O americano Edward Snowden, que recebeu asilo político na Rússia depois de mais de um mês na zona de trânsito do aeroporto de Moscou, foi quem vazou para a imprensa milhares de documentos sobre o vasto programa americano de espionagem, desencadeando um escândalo internacional.