Mundo

Coalizão condena excessos durante repressão em protestos na Venezuela

Pelo menos cinco dos 15 mortos receberam tiros na cabeça

Rodrigo Craveiro
postado em 26/02/2014 06:00
Manifestante segura cartaz com as letras

O repúdio partiu de 52 organizações não governamentais (ONGs) de 16 países. Por meio de um comunicado, a Coalizão de Organizações pelos Direitos Humanos nas Américas expressou ;rechaço aos atos de violência; ocorridos na Venezuela e cobrou do governo Nicolás Maduro investigações ;independentes, imparciais e efetivas;. ;É importante recordar que os corpos de segurança de um Estado devem enfrentar as situações de perturbação da ordem pública mediante a aplicação de meios e de métodos respeitosos aos direitos humanos. O uso da força letal e as armas de fogo por parte de funcionários do Estado deve ser excepcional e estar limitado pelos princípios da proporcionalidade, da necessidade e da humanidade;, afirma o texto. A entidade reforça que ;o Estado deve garantir o trabalho da defesa, a denúncia e a promoção dos defensores dos direitos humanos;.



O jornal El Nacional, de Caracas, divulgou que cinco dos 15 mortos nos protestos desde 12 de fevereiro receberam tiros na cabeça (veja quadro). A estudante Geraldine Moreno Orozo, 22 anos, morreu, sábado passado, depois de ser atingida no rosto por disparos de uma arma de chumbo que partiram da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), em Naguanagua (Carabobo). Três dias antes, o engenheiro de sistemas José Alejandro Márquez, 43 anos, não resistiu a um golpe na cabeça, desferido por militares quando tentavam tomar-lhe o celular.

;Os organismos de segurança vêm adotando o uso progressivo da força para conter as manifestações. Eles utilizam de dispositivos para causarem o maior dano possível. Temos recebido denúncias de disparos de armas de chumbo e de bombas de gás lacrimogêneo contra o rosto de manifestantes;, admitiu ao Correio, por telefone, Rafael Uzcátegui, coordenador de investigação do Programa Venezolano de Educación ; Acción en Derechos Humanos (Provea), uma das ONGs que compõem a Coalizão de Organizações pelos Direitos Humanos nas Américas. O ativista sustenta que uma declaração do governo brasileiro é muito importante para compelir Maduro a corrigir as violações. ;Nós queremos que os direitos humanos sejam respeitados, e os acusados de abusos recebam punições;, acrescentou.

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