Agência France-Presse
postado em 27/02/2014 12:17
Pequim - A China anunciou nesta quinta-feira (27/2) que o massacre de Nanquim, em 1937, e a vitória contra o Japão durante Segunda Guerra Mundial, em 1945, terão dois dias de recordação nacional, mas que não serão festivos. A decisão, ratificada pelo comitê permanente da Assembleia Popular Nacional da China, é mais um elemento do momento de tensão entre Pequim e Tóquio e de fortes divergências sobre a história.[SAIBAMAIS]A partir de agora, os chineses recordarão em 3 de setembro a vitória da guerra contra o Japão (1937-1945) e em 13 de dezembro o massacre de Nanquim, segundo a agência estatal Xinhua. A imprensa oficial chinesa e as autoridades do país acusam com frequência o Japão de não realizar um trabalho de memória histórica sobre as atrocidades cometidas por seu exército.
A China afirma que 300 mil pessoas morreram em Nanquim em ações dos soldados nipônicos. O historiador americano Jonathan Spence calcula, no entanto, que 42.000 civis morreram e 20.000 mulheres foram estupradas durante as seis semanas de ocupação japonesa. A relação entre Pequim e Tóquio passa por um momento de tensão há um ano por divergências territoriais. A situação ficou ainda pior depois da visita do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em 26 de dezembro de 2013 ao santuário de Yasukini em Tóquio. Para a China, este local simboliza a ocupação militar japonesa.